quinta-feira, 22 de outubro de 2020

529 - A Terra se defende. Leonardo Boff.


Nós, esquecendo que somos uma porção da própria Terra, começamos a saquear suas riquezas no solo, no subsolo, no ar, no mar e em todas as partes. Buscava-se realizar um projeto ousado de acumular o mais possível bens materiais para o desfrute humano, na verdade, para a subporção poderosa e já rica da humanidade. Em função desse propósito se criou a ciência e a técnica.

Atacando a Terra, atacamos a nós mesmos que somos Terra pensante. Levou-se tão longe a cobiça deste grupo pequeno voraz, que ela atualmente se sente exaurida a ponto de terem sido tocados seus limites intransponíveis. É o que chamamos tecnicamente de “Sobrecarga da Terra” (the Earth overshoot). Tiramos mais do que ela pode dar. Agora não consegue repor o que lhe subtraímos. Então dá sinais de que adoeceu, perdeu seu equilíbrio dinâmico, aquecendo-se de forma crescente, formando tufões e terremotos, nevascas nunca dantes vistas, estiagens prolongadas e inundações devastadoras.

De repente, acordamos assustados e perplexos: esta porção da Terra que somos nós, pode desaparecer. Em outras palavras, a própria Terra se defende contra a parte rebelada e doentia dela mesma. Pode sentir-se obrigada a fazer uma amputação como fazemos de uma perna necrosada. Só que desta vez, é toda esta porção tida por inteligente e amante, que a Terra não quer mais que lhe pertença e acabe eliminando-a.

Será assim o fim desta espécie de vida que, com sua singularidade de autoconsciência, é uma entre milhões de outras existentes, também partes da Terra. Esta continuará girando ao redor do sol, empobrecida, até que ela faça surgir outro ser que também é expressão dela, capaz de sensibilidade, de inteligência e de amor.

 

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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

528 - Lançamento: O Apocalipse de São João. Pierre Prigent.



O Apocalipse faz plenamente jus ao seu nome: ele traz uma “revelação” e, como suas primeiras palavras o indicam, é a revelação de Jesus Cristo. No fim do século I de nossa era, o autor visionário desse escrito do NT realiza uma obra profética: ele revela para seus irmãos — e para nós — a verdadeira realidade, que não deve ser confundida com as aparências. O Império Romano aparecia como soberano do mundo. Como sua cabeça, o imperador exercia um poder absoluto, que inclusive pretendia a divindade. Mas subjacente a esta aparência há a realidade que Deus criou: o verdadeiro poder pertence a Cristo e aos que o seguem. Já aqui na Terra são testemunhas de um mundo novo, que nada nem ninguém consegue aniquilar. Então tudo é transformado, tanto na história dos indivíduos como na história do mundo: o céu visitou a Terra dos seres humanos, e a eternidade habita o tempo. Exegeta do Novo Testamento, Pierre Prigent propõe uma versão completamente revisada de seu comentário ao livro do Apocalipse, em que a primeira edição data de quase 40 anos. De lá para cá as pesquisas exegéticas, históricas e sociológicas ampliaram o conhecimento do Apocalipse. O autor leva isso em consideração e propõe aqui um comentário aprofundado — sem equivalente na língua francesa — de um livro do Novo Testamento que não deixa de fascinar.

 

Sobre o Autor: Pierre Prigent, nascido em 1928, foi professor de Novo Testamento na faculdade de teologia protestante da Universidade de Ciências Humanas de Strasbourg. Publicou, entre outros, L’image dans le judaïsme (1991) e Jésus au cinéma (1997).

 

Características:

Dimensões: 16.00cm x 23.00cm x 3.50cm

Data de Publicação: 01/10/2020

ISBN: 9786555040388

Páginas: 664

 



Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.