sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

366 - Hans Urs Von Balthasar


Hans Urs von Balthasar (Lucerna, 12 de agosto de 1905 – Basileia, 26 de junho de 1988) foi um sacerdote, teólogo e escritor suíço. É considerado um dos mais importantes teólogos do século XX.
Joseph Ratzinger (amigo de Balthasar) afirmou que “a sua vida foi uma genuína busca da verdade”, entendida como “busca da verdadeira vida”. Von Balthasar procurou “quebrar aqueles circuitos que tantas vezes mantêm a razão prisioneira de si mesma, abrindo-a aos espaços do infinito”, disse Bento XVI. E fê-lo estudando filosofia, literatura e as grandes religiões. Hans Urs von Balthasar não era doutorado em Teologia, mas sim em Literatura (tese defendida em 1928: “A questão escatológica na atual literatura alemã”). A busca do divino manifesta-se em todo o lado.
Ordenado padre em 26 de julho de 1936, von Balthasar foi jesuíta até 1950. Nesse ano deixou a Companhia de Jesus, como consequência de, no desempenho da sua missão, se ter tornado amigo e confessor de Adrienne von Speyr, uma viúva convertida ao catolicismo. As suas visões e escritos místicos, bem como a Comunidade de São João (para leigos, fundada pelos dois), não eram reconhecidos pela Igreja, pelo que o teólogo se desvinculou dos jesuítas, como “aplicação da obediência cristã a Deus”.


A Verdade é sinfônica: aspectos do pluralismo cristão
A qualidade de execução de uma orquestra depende do fato de cada músico executar bem sua parte individual e, ao mesmo tempo, inseri-la na unidade orgânica da composição. Através da metáfora sinfônica, o autor nos ajuda a perceber que a riqueza de variedade e pluralidade de carismas e ministérios eclesiais não é incompatível com sua unidade. Ao contrário, não é necessário se afastar um milímetro sequer do centro do mistério de Cristo. É através dele que se descortina um imenso espaço de liberdade e pluralidade na unidade da Igreja católica, garantido pelo Espírito Santo.
p. 160
Paulus
2016



Maria para hoje
O que Maria tem a dizer aos homens de hoje? Ela é, para cada cristão e para a Igreja, plenitude e medida de uma resposta sem reservas do homem a Deus. Hans Urs von Balthasar, um dos grandes nomes da teologia do século XX, mostra as possibilidades de encontrar Maria de maneira nova. Em uma magnífica trama de reflexões teológicas e considerações espirituais, ele coloca Maria no horizonte do nosso tempo e nos faz ver claramente como ela é o modelo de fé para o cristão de hoje.
p. 48
Paulus


Vida a partir da morte: Meditações sobre o mistério pascal
Na mesma medida em que a morte faz parte do cotidiano humano, ela é, também, aquilo que há de mais incompreensível. Em três profundas reflexões, o autor penetra no mistério da morte. Ele questiona acerca do paradoxo, inerente a todo homem, de querer realizar “algo de imperecível em meio à transitoriedade”, e mostra que solução oferece o cristianismo a esse paradoxo. Para isso, ele explora as profundezas do mistério pascal, a morte e ressurreição de Jesus, e seu significado para o cristão de hoje.
p. 40
Paulus



Teologia da Historia
'Teologia da História' de Hans Urs Von Balhtazar procura demonstrar Cristo, não apenas como um homem extraordinário ou uma personagem singular no curso da história, mas como sua norma. Para isto, Balthasar recorre a um caminho oposto a ideias abstratas - apela ao aspecto concreto, material do Cristo, o logos encarnado - o Homem-Deus. Cristo é visto como o cumprimento da história realizada e o sentido da história por vir.
p. 111
Fonte Editorial
2005


O Cristão e a Angústia
Hans Urs Von Baltazar, foi um dos maiores teólogos católicos-romanos do século 20 e de todos os tempos. Muitas vezes acusado de conservador foi, todavia um dos grandes arquitetos do Concílio Vaticano II. 
Profundamente influenciado por Kierkegaard, Barth, Przywara e Blondel. Ele construiu uma das mais belas catedrais intelectuais de todos os tempos. Nesta obra, Baltazar oferece uma interpretação cristã e bíblica do conceito Kierkegaardiano de angústia, um dos temas mais filosóficos mais fecundos da filosofia contemporânea. 
Este livro apresenta esta complexa temática em linguagem simples e de uma forma ao mesmo tempo erudita e edificante, o que é, aliás, uma das marcas da teologia de Baltazar.
Fonte Editorial


Hans Urs Von Balthasar
Elio Guerreiro
Este livro apresenta as idéias e a trajetória traçada pelo teólogo suiço Hans Urs Von Balthasar. A obra faz com que o leitor tenha contato direto com o autor, contendo um ensaio completo escrito por Hans Urs Von Balthasar, de modo que se possa entender as estruturas fundamentais de seu pensamento.
p. 248
Loyola



Mysterium Paschale - A quenose de Deus segundo Hans Urs von Balthasar
Clarita Sampaio Mesquita Ribeiro
O livro, dedicado à exposição da teologia da quenose trinitária de Urs Von Balthasar, realiza com singeleza as exigências da tarefa teológica apresentadas pelo autor estudado. Aqui o objeto de estudo é a Trindade, mistério central da fé cristã. A abordagem é profundamente marcada tanto pelas exigências da fé que busca a compreensão como pelo amor reverencial ao Deus que se revela na quenose de seu Filho.
p. 208
Loyola




quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

365 - Morre Dom Paulo Evaristo Arns




Morreu no final da manhã hoje (14/12/2016), em São Paulo, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Ele estava internado desde o dia 28 de novembro com broncopneumonia, no Hospital Santa Catarina.
Dom Paulo tinha 95 anos de idade, 71 de sacerdócio e 76 de vida franciscana. Ele era cardeal desde 1973 e foi arcebispo metropolitano de São Paulo entre 1970 e 1998.
O velório terá início no fim da tarde na Catedral da Sé.
O trabalho pastoral de Arns foi voltado principalmente para os habitantes da periferia, os trabalhadores, para a formação de comunidades eclesiais de base nos bairros e para defesa e promoção dos direitos humanos. O portal Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog, relata parte da atuação do cardeal, que ganhou destaque em 1969, quando passou a defender seminaristas dominicanos presos por ajudarem militantes que se opunham à ditadura militar.

Biografia

Dom Paulo Evaristo Arns nasceu no dia 14 de setembro de 1921 em Forquilhinha (SC) e ingressou na ordem franciscana em 1939. Foi ordenado presbítero em novembro de 1945 na cidade de Petrópolis (RJ). Frequentou a Universidade Sorbonne, em Paris, onde estudou patrística (filosofia cristã) e línguas clássicas. Foi professor e mestre dos clérigos e chegou a atuar como jornalista profissional. Trabalhava como vigário nos subúrbios de Petrópolis quando foi indicado bispo auxiliar de dom Agnelo Rossi, em São Paulo, em 1966. Foi nomeado arcebispo de São Paulo em outubro de 1970, aos 49 anos.
Com formação em filosofia e teologia, Arns escreveu 56 livros e recebeu mais de uma centena de títulos nacionais e internacionais. Entre seus livros mais conhecidos está Brasil: Nunca Mais, um projeto conduzido de forma clandestina entre os anos de 1979 e 1985, desenvolvido pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo, sob a coordenação do reverendo Jaime Wright e de dom Paulo e que retrata as torturas e outras graves violações aos direitos humanos durante a ditadura militar brasileira.
Entre outros episódios de sua trajetória, destacam-se também sua atuação contra a invasão da Pontifícia Universidade Católica (PUC), comandada pelo então secretário de Segurança Pública de São Paulo, coronel Erasmo Dias, em 1977, e o planejamento da operação para entregar ao presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, uma lista com os nomes de desaparecidos políticos.
Em março de 1973, ele presidiu a Celebração da Esperança, em memória do estudante Alexandre Vannucchi Leme, morto pela ditadura. No ano seguinte, acompanhado de familiares de presos políticos, apresentou ao general Golbery do Couto e Silva um dossiê relatando os casos de 22 desaparecidos. Em outubro de 1975, celebrou na Catedral da Sé o histórico culto ecumênico em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, morto pelo regime militar. Anos depois defendeu o voto popular na campanha Diretas, Já.
Em outubro deste ano, ele foi homenageado no Teatro da Pontifícia Universidade Católica (Tuca), na capital paulista, pelos seus 95 anos de vida, e pela sua atuação política. A cerimônia foi marcada por relatos de ações de Arns contra a ditadura militar, nas décadas de 60 e 70, e em defesa dos direitos humanos. O papa Francisco enviou uma mensagem especialmente para a comemoração. O cardeal compareceu e fez uma breve fala de agradecimento ao final. 



domingo, 11 de dezembro de 2016

364 - Coélet e a Idolatria ao Dinheiro: Um Estudo do livro do Eclesiastes. José Ademar Kaefer



Há muitas opiniões pessimistas sobre o livro do Eclesiastes. “Só uma singular vaidade ou uma rara inconsciência pode levar alguém a escrever sobre o Eclesiastes”, afirma Jacques Ellul na introdução de seu estudo. “É um livro estranho”, diz Haroldo de Campos: “parece um fragmento insurrecto, imbricado anacronicamente no ‘cânon bíblico’”. De fato, o livro de Coélet tem sido pouco entendido na história do estudo bíblico. Não é citado no Novo Testamento e somente é lido uma vez no anuário litúrgico católico. Porém, nos últimos anos esta imagem está mudando. Novas leituras vão resgatando sua importância. Lido a partir do contexto latino-americano, Coélet é compreendido. De “velho pessimista” passa a denunciante de injustiças, incitante à vida e utópico. Passa a profeta dos tempos modernos. Este despertar é resultante da sintonia que existe entre a realidade que vivemos, em particular na América Latina, e o contexto em que a obra de Coélet nasceu. Consideradas a distância e a enorme diferença que separa os dois mundos, acreditamos que as reflexões de Coélet podem trazer luzes que possibilitem avistar o horizonte da longa travessia e manter acesa a esperança, a utopia e a paixão.

Editora: Novas Edições Acadêmicas 

Pg. 196
Publicação: 2016

domingo, 4 de dezembro de 2016

363 - Morre Ferreira Gullar




Ferreira Gullar morreu neste domingo (04/12/2016), por volta das 11h, aos 86 anos. O escritor estava internado no Hospital na Zona Sul do Rio, por complicações pulmonares.
Ferreira Gullar assumiu ao longa da vida uma extensa lista de papéis que, sozinhos, não dão a dimensão do seu lugar na cena cultural do país. Um dos fundadores do neoconcretismo, o poeta participou de todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira.
Quarto dos 11 filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart, ele nasceu José Ribamar Ferreira no dia 10 de setembro de 1930 em São Luiz, no Maranhão. No início da década de 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, em 1956, participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta. Três anos depois criou, com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo.
Militante do Partido Comunista, exilou-se na década de 1970, durante a ditadura militar, e viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Retornou ao país em 1977 e foi preso por agentes do Departamento de Polícia Política e Social no dia seguinte ao desembarque, no Rio. Foi libertado depois de 72 horas de interrogatório graças à intervenção de amigos junto a autoridades do regime. Depois disso, retornou aos poucos às atividades de critico, escritor e jornalista.
Eleito em 2014 para a Academia Brasileira de Letras, colecionava uma vasta lista de prêmios. Em 2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e de Portugal para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 2007, seu livro “Resmungos” ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. A obra, editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, reúne crônicas de Gullar publicadas no jornal Folha de S. Paulo ao longo de 2005.

Em 2010, foi agraciado com o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. No mesmo ano, foi contemplado com o título de Doutor Honoris Causa na Faculdade de Letras da UFRJ. Um ano depois ganhou o Prêmio Jabuti com o livro de poesia “Em alguma parte alguma”.




Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.