segunda-feira, 24 de novembro de 2014

169 - O Cristianismo na Antiguidade


Surgida do seio de uma cultura patriarcal e monoteísta, em que era vista como mais uma seita judaica, a comunidade dos discípulos de Jesus Cristo expandiu-se por um império pluricultural e politeísta, estabelecendo comunidades estruturadas em torno do bispo e reagrupadas em patriarcados, fundando mosteiros, forjando liturgias variadas, elaborando tradições teológicas, produzindo e difundindo ampla literatura dogmática, exegética, histórica e espiritual. Embora inicialmente não reconhecida como religião legítima, transformou-se em religião oficial do Império Romano e lançou as bases de uma civilização cristã - a cristandade medieval. Esta síntese alia a narração dos dados essenciais dos eventos históricos e a reflexão sobre seus principais problemas e implicações, ressaltando a importância da contribuição da visão cristã do mundo para a história da humanidade.

Autor: Danilo MONDONI

É sacerdote jesuíta, professor de História da Igreja na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Como autor publicou os livros "História da Igreja na Antigüidade" e "Teologia da Espiritualidade Cristã", por Edições Loyola, onde exerce os cargos de editor e diretor.

domingo, 16 de novembro de 2014

168 - Emil Brunner



Heinrich Emil Brunner nasceu em 23 de dezembro de 1889, em Winterthur, na Suíça, onde esteve grande parte de sua vida. Estudou em Zurique, onde em 1908 formou-se. Depois dedicou-se aos estudos teológicos, primeiro em Zurique, depois em Berlim e Nova Iorque e finalmente retornou a Zurique, onde obteve o doutorado em Teologia em 1913. Foi professor de Teologia em Zurique, em Princeton e no Japão. Seu pensamento teve maior repercussão no exterior, do que em sua terra natal. Brunner foi um teólogo da Neo-Ortodoxia, que se levantou contra o Liberalismo Teológico de sua época. A Neo-Ortodoxia buscou resgatar algumas idéias e temas da Reforma Protestante reinterpretando-os à luz do conhecimento moderno. Brunner deu ênfase à transcendência de Deus, à responsabilidade do homem como criatura, ao pecado, à culpa, à singularidade de Cristo como mediador da revelação e da graça e ao encontro pessoal com Deus na revelação.

Em 49 anos de produção literária, Brunner escreveu 396 livros e artigos eruditos para revistas. Foi um teólogo de base reformada e combateu a idéia de que Jesus era apenas um grande mestre e mártir humanitário. Para ele, Jesus é a única e exclusiva encarnação do Verbo de Deus. Brunner reabilitou e reafirmou doutrinas cristãs históricas, como a Revelação de Deus, a encarnação, a ressurreição de Jesus, a centralidade de Jesus na salvação, a necessidade de uma fé pessoal, a autoridade das Escrituras em matéria de fé e prática e a existência da igreja mais como uma comunhão do que como uma instituição.

Brunner e Barth



Livros de Emil Brunner:
                                   
Dogmática Vl. 1












Dogmática Vl. 2











Dogmática Vl. 3










  O escândalo do Cristianismo










O Equívoco sobre a Igreja


Teologia da Crise











Romanos











Emil Brunner: Biografia




Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. Emil Brunner. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/11/emil-brunner.html. Acesso em: _____________.



167 - RUDOLF BULTMANN: UMA APROXIMAÇÃO


Rudolf Karl Bultmann nasceu em Wiefelstede (Oldenburg), na Alemanha, em 20 de agosto de 1884. Filho mais velho de Arthur Bultmann, pastor protestante da Igreja Luterana. Seus avôs paternos foram missionários na África e seu avô materno tinha sido pastor na pietista região sul da Alemanha (GRENZ, OLSON, 2003, p. 102). Bultmann cursou a escola primária em Rastede. O ginásio, em Oldenburg (1895-1903) foi colega do filósofo existencialista Karl Jaspers.[1] No liceu estudou a história da religião, distinguiu-se pelo estudo do grego e da história da literatura alemã (BULTMANN, 1964, p. 335).
Concluído o liceu, iniciou seus estudos teológicos na Universidade de Tübingen, em 1903. No ano seguinte, passou para a Universidade de Berlim e dois anos depois para a Universidade de Marburg. Foi aí que, em 1910, licenciou-se em Teologia, com a tese: O Estilo da Pregação Paulina e a Diatribe Cínico-Estóica, um tema sugerido a ele por Johannes Weiss. Dois anos mais tarde obteve a livre docência, com uma dissertação sobre a Exegese de Teodoro de Mopsuéstia, um tema proposto por Adolf Jülicher.

PENSADORES QUE EXERCERAM INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE BULTMANN


Bultmann cresceu na famosa escola da Teologia Liberal Alemã[2] do século XIX: Seus mestres foram homens de clara fama liberal e de orientação histórico-crítica. Ele mesmo deixou a lista daqueles em relação aos quais sente-se particularmente devedor:
Em Tübingen, o historiador da Igreja Karl Müller (1842-1940). Em Berlim, o estudioso vétero-testamentário Hermann Gunkel (1862-1932): conhecido por sua contribuição para “crítica da forma”, e o estudo da tradição oral em textos bíblicos. E o grande historiador dos dogmas Adolf von Harnack (1851-1930): suas duas obras mais conhecidas são: “Manual de história do dogma”, em três volumes e a série de palestras “A essência do cristianismo”, texto clássico dateologia liberal. Harnack defendeu em sua obra principal História dos Dogmas, a evolução dos dogmas do cristianismo pela helenizacão progressiva da fé cristã primitiva.
Em Marburg, dois estudiosos do Novo Testamento; Adolf Jülicher (1857-1938): teorizava que Jesus não afirmou ser o Messias, mas que a igreja primitiva tinha reivindicado que era. Segundo esta teoria, o autor do evangelho de Marcos tinha inventado a ideia de “segredo messiânico”, segundo o qual Jesus tentou esconder sua identidade, e só revelou a alguns de seus discípulos. Johannes Weiss (1863-1914): conhecido por seu trabalho da crítica do Novo Testamento. Ele escreveu as primeiras interpretações escatológicas dos Evangelhos (1892) e, em seguida, estabeleceu os princípios da “crítica da forma”: análise das passagens bíblicas através de sua forma estrutural.
O teólogo sistemático Johann Wilhelm Herrmann (1846-1922), que era seguidor de Kant e Ritschl, é a mais significativa influência liberal no pensamento de Bultmann. Herrmann afirmava que a religião não pode ser totalmente assimilada pela ciência ou pela filosofia. Ela não pode ser reduzida a algo universalmente válido, mas está relacionada com a vida particular de cada indivíduo. “Herrmann critica duramente a adoção que o cristianismo fez da metafísica, confundindo religião e filosofia e se esquecendo do aspecto sui generis da religião” (PIEPER, 2003, p. 21). E o teólogo sistemático Johann Wilhelm Herrmann (1846-1922): influenciado por Kant e Ritschl, via Deus como o poder da bondade. “Jesus era visto como um homem exemplar. Mesmo que Jesus nunca existiu, de acordo com Herrmann” (Ibidem, p. 21), seu retrato tradicional ainda era válido. Seu livro “A Comunhão do Deus cristão” era visto como um dos destaques do século XIX.

Alguns Livros para conhecer Bultmann:

                              Demitologização
 Jesus Cristo e Mitologia
 Correspondência entre Bultmann e Heidegger









 Crer e Compreender


                                                       

                                       Jesus

                                   Milagre

                                     Cartas entre Barth e Bultmann

                                   Bultmann: Pensadores Modernos


 Teologia do Novo Testamento




[1]Karl Theodor Jaspers (1883-1969), psiquiatra e filosofo, teve forte influência na teologia moderna e na filosofia. Jaspers tentou descobrir um sistema filosófico inovador. Foi muitas vezes visto como um dos maiores expoentes do existencialismo na Alemanha, apesar de ele mesmo não aceitar este rótulo (BARAQUIM; LAFFITTE, 2007, p. 157).
[2] A teologia liberal encontrou seu método na filosofia kantiana, a inacessibilidade da esfera religiosa à razão pura e, ao mesmo tempo, a redução da religião aos limites da mera razão. “Com a teologia liberal, tem início, assim, um processo de secularização da religião, seguindo o itinerário filosófico ou o histórico-filológico (Scheleiermacher, Ritschl, vonHarnach). Trata-se de uma teologia que parte da força de superação das contradições (Hegel) para harmonizar fé e razão, revelação e razão, humanismo e cristianismo” (GIBELLINI, 2002, p. 148). 


Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. RUDOLF BULTMANN: UMA APROXIMAÇÃO. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/11/rudolf-bultmann-uma-aproximacao.html. Acesso em: _____________.

166 - Albert Schweitzer


Pastor protestante, nascido na Alsácia em 1875, Albert Schweitzer foi uma criança doentia, que demorou muito para aprender a ler e a escrever. Aluno medíocre em muitos aspectos, na música ele foi um autêntico prodígio: aos sete anos compôs um hino, aos oito, começou a tocar órgão e aos nove substituiu o organista em uma cerimônia.
Depois de crescido dispôs-se a dominar assuntos que lhe fossem particularmente difíceis. Era perito como carpinteiro, pedreiro, veterinário, construtor de barcos, dentista, desenhista, mecânico, farmacêutico e jardineiro. Escreveu livros eruditos sobre Bach, sobre Jesus e sobre a história da civilização. Aos vinte e seis anos tinha diplomas de doutor em filosofia, teologia e música. Aos trinta anos decidiu estudar medicina e partir para Lambaréné, na África equatorial francesa, como um missionário-médico. Por que medicina? Porque estava cansado de palavras e queria ação. Por que Lambaréné? Porque era um dos lugares mais inacessíveis e primitivos de toda a África, um dos mais perigosos, e porque lá não havia médicos.
Parentes e amigos tentaram dissuadi-lo, mas ele respondeu que se sentia obrigado a ‘dar algo em troca’ da felicidade de que gozava. Em 1913, Albert Schweitzer e sua esposa, que havia estudado enfermagem para ajudá-lo  chegaram a Lambaréné, encontrando condições muito pouco favoráveis. O hospital foi construído praticamente do nada e pelas próprias mãos de Schweitzer.
Os pacientes vinham de grandes distâncias, muitas vezes com as famílias. Não havia caminhos, nem calçadas. Não havia água corrente, nem eletricidade, a não ser na sala de operações, e nem Raios X. Não havia qualquer espécie de mecanismo para esterilização. Era preciso ferver água sobre fogueiras de lenha. Durante anos houve falta de drogas e de ataduras. Schweitzer não esmoreceu, não obstante todas as dificuldades que enfrentava para manter o hospital e atender a todos os doentes que o buscavam.
Jamais negligenciou na grandiosa tarefa que assumiu voluntariamente.

Também nunca abandonou a música e o ensino. Sempre que voltava para a civilização proferia conferências e palestras.
Além disso, sua constante produção literária e musical, mantida a custo de muitas madrugadas insones, alcançou e encantou todo o mundo.
Em 1952, recebeu o prêmio Nobel da Paz. Retornou à pátria espiritual em 1965, e seu nome até hoje é lembrado como exemplo de trabalho nobre, humanitário e incansável.

“A nossa civilização está condenada porque se desenvolveu com mais vigor materialmente do que espiritualmente. O seu equilíbrio foi destruído”.


“Para nós os grandes homens não são aqueles que resolveram os problemas, mas aqueles que os descobriram”.























Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. Albert Schweitzer. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/11/albert-schweitzer.html: _____________.



Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.