domingo, 16 de novembro de 2014

167 - RUDOLF BULTMANN: UMA APROXIMAÇÃO


Rudolf Karl Bultmann nasceu em Wiefelstede (Oldenburg), na Alemanha, em 20 de agosto de 1884. Filho mais velho de Arthur Bultmann, pastor protestante da Igreja Luterana. Seus avôs paternos foram missionários na África e seu avô materno tinha sido pastor na pietista região sul da Alemanha (GRENZ, OLSON, 2003, p. 102). Bultmann cursou a escola primária em Rastede. O ginásio, em Oldenburg (1895-1903) foi colega do filósofo existencialista Karl Jaspers.[1] No liceu estudou a história da religião, distinguiu-se pelo estudo do grego e da história da literatura alemã (BULTMANN, 1964, p. 335).
Concluído o liceu, iniciou seus estudos teológicos na Universidade de Tübingen, em 1903. No ano seguinte, passou para a Universidade de Berlim e dois anos depois para a Universidade de Marburg. Foi aí que, em 1910, licenciou-se em Teologia, com a tese: O Estilo da Pregação Paulina e a Diatribe Cínico-Estóica, um tema sugerido a ele por Johannes Weiss. Dois anos mais tarde obteve a livre docência, com uma dissertação sobre a Exegese de Teodoro de Mopsuéstia, um tema proposto por Adolf Jülicher.

PENSADORES QUE EXERCERAM INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE BULTMANN


Bultmann cresceu na famosa escola da Teologia Liberal Alemã[2] do século XIX: Seus mestres foram homens de clara fama liberal e de orientação histórico-crítica. Ele mesmo deixou a lista daqueles em relação aos quais sente-se particularmente devedor:
Em Tübingen, o historiador da Igreja Karl Müller (1842-1940). Em Berlim, o estudioso vétero-testamentário Hermann Gunkel (1862-1932): conhecido por sua contribuição para “crítica da forma”, e o estudo da tradição oral em textos bíblicos. E o grande historiador dos dogmas Adolf von Harnack (1851-1930): suas duas obras mais conhecidas são: “Manual de história do dogma”, em três volumes e a série de palestras “A essência do cristianismo”, texto clássico dateologia liberal. Harnack defendeu em sua obra principal História dos Dogmas, a evolução dos dogmas do cristianismo pela helenizacão progressiva da fé cristã primitiva.
Em Marburg, dois estudiosos do Novo Testamento; Adolf Jülicher (1857-1938): teorizava que Jesus não afirmou ser o Messias, mas que a igreja primitiva tinha reivindicado que era. Segundo esta teoria, o autor do evangelho de Marcos tinha inventado a ideia de “segredo messiânico”, segundo o qual Jesus tentou esconder sua identidade, e só revelou a alguns de seus discípulos. Johannes Weiss (1863-1914): conhecido por seu trabalho da crítica do Novo Testamento. Ele escreveu as primeiras interpretações escatológicas dos Evangelhos (1892) e, em seguida, estabeleceu os princípios da “crítica da forma”: análise das passagens bíblicas através de sua forma estrutural.
O teólogo sistemático Johann Wilhelm Herrmann (1846-1922), que era seguidor de Kant e Ritschl, é a mais significativa influência liberal no pensamento de Bultmann. Herrmann afirmava que a religião não pode ser totalmente assimilada pela ciência ou pela filosofia. Ela não pode ser reduzida a algo universalmente válido, mas está relacionada com a vida particular de cada indivíduo. “Herrmann critica duramente a adoção que o cristianismo fez da metafísica, confundindo religião e filosofia e se esquecendo do aspecto sui generis da religião” (PIEPER, 2003, p. 21). E o teólogo sistemático Johann Wilhelm Herrmann (1846-1922): influenciado por Kant e Ritschl, via Deus como o poder da bondade. “Jesus era visto como um homem exemplar. Mesmo que Jesus nunca existiu, de acordo com Herrmann” (Ibidem, p. 21), seu retrato tradicional ainda era válido. Seu livro “A Comunhão do Deus cristão” era visto como um dos destaques do século XIX.

Alguns Livros para conhecer Bultmann:

                              Demitologização
 Jesus Cristo e Mitologia
 Correspondência entre Bultmann e Heidegger









 Crer e Compreender


                                                       

                                       Jesus

                                   Milagre

                                     Cartas entre Barth e Bultmann

                                   Bultmann: Pensadores Modernos


 Teologia do Novo Testamento




[1]Karl Theodor Jaspers (1883-1969), psiquiatra e filosofo, teve forte influência na teologia moderna e na filosofia. Jaspers tentou descobrir um sistema filosófico inovador. Foi muitas vezes visto como um dos maiores expoentes do existencialismo na Alemanha, apesar de ele mesmo não aceitar este rótulo (BARAQUIM; LAFFITTE, 2007, p. 157).
[2] A teologia liberal encontrou seu método na filosofia kantiana, a inacessibilidade da esfera religiosa à razão pura e, ao mesmo tempo, a redução da religião aos limites da mera razão. “Com a teologia liberal, tem início, assim, um processo de secularização da religião, seguindo o itinerário filosófico ou o histórico-filológico (Scheleiermacher, Ritschl, vonHarnach). Trata-se de uma teologia que parte da força de superação das contradições (Hegel) para harmonizar fé e razão, revelação e razão, humanismo e cristianismo” (GIBELLINI, 2002, p. 148). 


Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. RUDOLF BULTMANN: UMA APROXIMAÇÃO. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/11/rudolf-bultmann-uma-aproximacao.html. Acesso em: _____________.

Um comentário:

  1. Os mais tradicionalistas ficam perplexos e até escandalizados com o pensamento dele, mas na prática com a sua demitologização dos evangelhos Bultmann apenas queria enfatizar que os únicos fatos relevantes da vida de Jesus para o cristianismo eram o seu batismo e a sua crucificação

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.