Rudolf Karl Bultmann
nasceu em Wiefelstede (Oldenburg), na Alemanha, em 20 de agosto de 1884. Filho
mais velho de Arthur Bultmann, pastor protestante da Igreja Luterana. Seus avôs
paternos foram missionários na África e seu avô materno tinha sido pastor na
pietista região sul da Alemanha (GRENZ, OLSON, 2003, p. 102). Bultmann cursou a
escola primária em Rastede. O ginásio, em Oldenburg (1895-1903) foi colega do
filósofo existencialista Karl Jaspers.[1] No liceu estudou a
história da religião, distinguiu-se pelo estudo do grego e da história da literatura
alemã (BULTMANN, 1964, p. 335).
Concluído o liceu,
iniciou seus estudos teológicos na Universidade de Tübingen, em 1903. No ano
seguinte, passou para a Universidade de Berlim e dois anos depois para a
Universidade de Marburg. Foi aí que, em 1910, licenciou-se em Teologia, com a
tese: O Estilo da Pregação Paulina e a Diatribe Cínico-Estóica, um tema
sugerido a ele por Johannes Weiss. Dois anos mais tarde obteve a livre
docência, com uma dissertação sobre a Exegese de Teodoro de Mopsuéstia, um tema
proposto por Adolf Jülicher.
PENSADORES
QUE EXERCERAM INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE BULTMANN
Bultmann cresceu na
famosa escola da Teologia Liberal Alemã[2] do século XIX: Seus
mestres foram homens de clara fama liberal e de orientação histórico-crítica.
Ele mesmo deixou a lista daqueles em relação aos quais sente-se particularmente
devedor:
Em Tübingen, o historiador
da Igreja Karl Müller (1842-1940). Em Berlim, o estudioso vétero-testamentário
Hermann Gunkel (1862-1932): conhecido por sua contribuição para “crítica da
forma”, e o estudo da tradição oral em textos bíblicos. E o grande historiador
dos dogmas Adolf von Harnack (1851-1930): suas duas obras
mais conhecidas são: “Manual de história do dogma”, em três volumes e a série
de palestras “A essência do cristianismo”, texto clássico dateologia liberal. Harnack defendeu em
sua obra principal História dos Dogmas, a evolução dos dogmas do cristianismo
pela helenizacão progressiva da fé cristã primitiva.
Em Marburg, dois
estudiosos do Novo Testamento; Adolf Jülicher
(1857-1938): teorizava que Jesus não afirmou ser o Messias, mas que a igreja
primitiva tinha reivindicado que era. Segundo esta teoria, o autor do evangelho
de Marcos tinha inventado a ideia de “segredo messiânico”, segundo o qual Jesus
tentou esconder sua identidade, e só revelou a alguns de seus discípulos. Johannes Weiss (1863-1914): conhecido
por seu trabalho da crítica do Novo Testamento. Ele escreveu as primeiras
interpretações escatológicas dos Evangelhos (1892) e, em seguida, estabeleceu
os princípios da “crítica da forma”: análise das passagens bíblicas através de
sua forma estrutural.
O teólogo sistemático Johann
Wilhelm Herrmann (1846-1922), que era seguidor de Kant e Ritschl, é a mais significativa influência
liberal no pensamento de Bultmann. Herrmann afirmava que a religião não pode
ser totalmente assimilada pela ciência ou pela filosofia. Ela não pode ser
reduzida a algo universalmente válido, mas está relacionada com a vida
particular de cada indivíduo. “Herrmann critica duramente a adoção que o
cristianismo fez da metafísica, confundindo religião e filosofia e se
esquecendo do aspecto sui generis da religião” (PIEPER, 2003, p. 21). E o
teólogo sistemático Johann Wilhelm Herrmann
(1846-1922): influenciado por Kant e Ritschl, via Deus como o poder da bondade.
“Jesus era visto como um homem exemplar. Mesmo que Jesus nunca existiu, de
acordo com Herrmann” (Ibidem,
p. 21), seu retrato tradicional ainda era válido. Seu livro “A
Comunhão do Deus cristão” era visto como um dos destaques do século XIX.
Alguns Livros para conhecer Bultmann:
Demitologização
Jesus Cristo e MitologiaCorrespondência entre Bultmann e Heidegger
Crer e Compreender
Jesus
Milagre
Cartas entre Barth e Bultmann
Bultmann: Pensadores Modernos
Teologia do Novo Testamento
[1]Karl
Theodor Jaspers (1883-1969), psiquiatra e
filosofo, teve forte influência na teologia moderna e na filosofia. Jaspers
tentou descobrir um sistema filosófico inovador. Foi muitas vezes visto como um
dos maiores expoentes do existencialismo na Alemanha, apesar de ele mesmo não
aceitar este rótulo (BARAQUIM; LAFFITTE, 2007, p. 157).
[2] A teologia liberal encontrou seu método na filosofia kantiana, a
inacessibilidade da esfera religiosa à razão pura e, ao mesmo tempo, a redução
da religião aos limites da mera razão. “Com a teologia liberal, tem início, assim, um processo de secularização
da religião, seguindo o itinerário filosófico ou o histórico-filológico
(Scheleiermacher, Ritschl, vonHarnach). Trata-se de uma teologia que parte da
força de superação das contradições (Hegel) para harmonizar fé e razão,
revelação e razão, humanismo e cristianismo” (GIBELLINI, 2002, p. 148).
Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. RUDOLF BULTMANN: UMA APROXIMAÇÃO. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/11/rudolf-bultmann-uma-aproximacao.html. Acesso em: _____________.
Os mais tradicionalistas ficam perplexos e até escandalizados com o pensamento dele, mas na prática com a sua demitologização dos evangelhos Bultmann apenas queria enfatizar que os únicos fatos relevantes da vida de Jesus para o cristianismo eram o seu batismo e a sua crucificação
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