quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

412 - Lendo o Evangelho Segundo João. Pedro Lima Vasconcellos



Nos primeiros séculos, o Evangelho segundo João foi visto com suspeita por alguns grupos cristãos e com entusiasmo por outros. A reflexão da obra produziu polêmica e divisões alimentadas por leituras e interpretações divergentes sobre questões de doutrina e de participação nos rituais comunitários. Só por volta do ano 200, o texto passou a ser aceito mais amplamente, estimulado pela circulação das cartas joaninas, que enfatizavam a realidade da encarnação da Palavra de Deus em Jesus.
As urgências e os dramas do nosso tempo também são muitos e crescentes. O Evangelho segundo João traz elementos inspiradores de práticas ousadas e criativas, que apontam na direção da vida em abundância prometida por Jesus a quem se compromete com sua obra. Mas este comprometimento deve ser radical. Jesus deixou um exemplo exigente, para ser não apenas recordado, mas recriado nas novas situações, diante das novas exigências que a vida no cotidiano vai colocando para a comunidade

p. 192
Paulus

411 - Israel no período Persa - A (re)construção (teológica) da comunidade judaíta e outros ensaios. Nelson Lellis



"Quem influenciou quem?" Esta foi a pergunta feita por Mircea Eliade sobre Israel nos períodos em que esse povo esteve exilado na Babilônia. O que se pode afirmar é que Judá nunca foi monolítico em sua identidade teológica. E fora da conhecida "História oficial" tem-se descoberto um mundo cada vez mais dinâmico. O "povo de Javé" foi se transformando e sendo transformado, assim como o próprio Javé foi sendo moldado pelas características de outras divindades. Estudos dessas (des)construções acerca do culto, da sociedade, da fé, dos símbolos, das estórias/histórias orais e escritas, costuradas e ressignificadas a fim de nortearem politicamente um povo complexo, oferecem chances de melhor compreensão daquilo em que o Ocidente se transformou mediante a fé judaico-cristã, seja no uso de termos dualistas para batalhas, para distinções na humanidade (entre bem e mal) ou até mesmo para sua escatologia. Sim, basta olhar para nós mesmos que veremos boa parte dos persas!
p. 136
Loyola

Nelson Lellis
Graduado em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória (ES), mestre em Ciências da Religião e doutorando em Sociologia Política pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), é especialista em Ensino Religioso e docente em Teologia na Faculdade Batista do Estado do Rio de Janeiro (FABERJ) e no programa de pós-graduação em Ciências da Religião na Universidade Cândido Mendes (UCAM), em Campos dos Goytacazes (RJ).

410 - Lendo o Livro de Joel. Luiz Alexandre Solano Rossi; Natalino das Neves



A hora de Joel é de profunda crise. Seu livro tem somente quatro capítulos e crises intermináveis. Nem sempre nos lembramos desse livro da Sagrada Escritura. Às vezes só é lembrado por causa dos versos citados em Atos dos Apóstolos. No entanto, o livro de Joel se reveste de muita importância. Quem o conhece está mais preparado para viver e passar pela hora de crise. O profeta Joel traz em seu próprio nome uma proclamação de fé no Deus de Israel e, por conta disso, a certeza de que Deus fará diferença na crise em que ele e o povo estão envolvidos. Em meio à crise e ao desespero Joel se posiciona bem no centro crítico como representante da esperança de Deus para todos.


p. 72
Paulus

409 - O Ponto de vista - Olhar e perspectiva nos relatos dos evangelhos. Daniel Marguerat



A narratologia é uma ciência nova, nascida da distinção entre fábula e narração (1970). A primeira aplicação importante ao relato bíblico aconteceu em 1981. A partir daí, o instrumental conceitual e as ferramentas metodológicas da análise narrativa foram progressivamente elaboradas. Daniel Marguerat e Yvan Bourquin publicaram um primeiro balanço em um manual de análise narrativa, logo traduzido para o português: Para ler as narrativas bíblicas - Iniciação à análise narrativa (Loyola, 2010).
Os acontecimentos da história nunca são apresentados em perspectiva neutra, mas sempre a partir de um ângulo particular. Uma narrativa reflete o ponto de vista do autor este não é outra coisa senão um olhar para a realidade tudo depende da confiança que o leitor atribui a esse olhar.
Este livro aplica a nova abordagem ao episódio da cura do aleijado na "Porta Formosa" do templo (At 3,1-10) e mostra como ela pode iluminar a construção de uma sequência narrativa (de modo específico, Mc 8,22-38).

Loyola


Autor: Daniel Marguerat
Marguerat é professor emérito da Uiversité de Lausanne (Suíça), onde ensina Novo Testamento, e membro do Institut ROmand de Sciences Bibliques. POr Ediçõs Loyola, publicou: A primeira história do cristianismo - Os Atos dos Apóstolos (2003) Novo Testamento - História,escritura e teologia (2009) e Para ler as narrativas bíblicas (2010).


Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.