sábado, 28 de dezembro de 2019

480 - VII ANPTECRE, 2019. Tema: Religião e Crise Socioambiental. Comunicação: Resumo aprovado.




DIREITO DA NATUREZA: UMA REFLEXÃO DA CRISE AMBIENTAL SOB A PERSPECTIVA TEOLÓGICA DE JÜRGEN MOLTMANN


Giovanni Raimundo de Macedo
Doutorando em Geografia,
Universidade Federal Fluminense – UFF.
Email: giovannimacedo@hotmail.com   

David Rubens de Souza
Pós-Graduado em Filosofia,
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.
Email: profdavidfilosofia@hotmail.com

ST 02 – ECOLOGIA INTEGRAL: A TEOLOGIA CRISTÃ EM DIÁLOGO COM OUTROS SABERES


Resumo: O paradigma moderno de desenvolvimento humano tem como lógica a tomada de poder do homem sobre a natureza. Essa concepção desenvolvida no início da modernidade europeia, com o racionalismo cartesiano no século XVII e com o movimento iluminista do século XVIII, construiu uma imagem antropocêntrica de mundo na qual o homem não apenas se apartou da natureza; mas se pôs a subjugá-la. Não obstante a isso, a ideologia capitalista de produção e consumo tem desencadeado, na atualidade, uma crise socioambiental sem precedentes: extinção de espécies de animais e vegetais, poluição de ar, solo e água. Dentro dessa ideia, a própria cosmologia judaico-cristã, alinhada com o racionalismo, passou a justificar a ação do homem sobre o universo (“sujeitai-a e dominai-a” Gn 1.28; “Deus deu ao homem o domínio da natureza” Sl 8.6). Somente no século XX, com a emergência da questão ambiental, a teologia passou a se envolver, de forma efetiva, na discussão ecológica. Vários pensadores cristãos passaram a abordar o assunto, entre os quais podemos destacar o teólogo alemão Jürgen Moltmann. O seu livro Ética da Esperança, propõe uma reflexão sobre a Teoria de Gaia e as narrativas bíblicas, sugerindo um contraponto entre a ideia de dominação e submissão da natureza, para uma parceria entre o ser humano e o meio ambiente. Dentro dessa lógica, o artigo tenciona investigar o pensamento de Moltmann a respeito da responsabilidade da teologia para com as questões ecológicas. Alinhado à Carta Mundial da Natureza, aprovada pela ONU em 28 de outubro 1982, o pensador nos desafia a construir uma reflexão teológica que reconheça e defenda o direito da natureza, independente de seu valor para o ser humano.

Palavras-chave: Direito; Ecologia; Teologia; Jürgen Moltmann.



sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

479 - Morreu o teólogo Johann Baptist Metz


Faleceu no dia 02 de dezembro 2019 o teólogo católico alemão
Johann Baptist Metz



Metz nasceu em 1928, em Welluck/Opf (Alemanha). Viveu sua infância e juventude sob o III Reich. Estudou na escola superior de Bamberg e nas Universidades de Bamberg, Innsbruck e Munique, e obteve o doutorado em filosofia, em 1952, e em teologia, em 1961. Foi um dos discípulos mais próximos e colaboradores de Karl Rahner, que em 1956 o encarregou da reelaboração de sua obra Espírito no mundo, cuja primeira edição era de 1939. Foi cofundador e colaborador da Revista Internacional de Teologia Concilium, juntamente com Rahner, Congar, Küng, Duquoc, Schillebeekx, Lubac, etc.
De 1963 a 1993, foi professor de Teologia Fundamental, na Universidade de Münster. De 1993 a 1998, professor convidado de Filosofia da Religião, na Universidade de Viena, na qual foi nomeado doutor honoris causa, em 1994. Após o Concílio Vaticano II, foi consultor do Secretariado Pontifício para os Não Crentes. Manteve inúmeros contatos e estreitas relações intelectuais com os filósofos alemães, especialmente com os membros da Escola de Frankfurt e da Teoria Crítica.


Livro


Mística de olhos abertos

“O objetivo deste livro é tratar, sob uma perspectiva teológica, a questão atualmente tão difundida quanto indefinida da ‘espiritualidade’ e das ‘espiritualidades’. Com minha sugestão de uma ‘mística de olhos abertos’, pretendo não só dar voz a um perfil imprescindível da espiritualidade cristã, mas também penetrar nas discussões sobre as crises que cercam Deus, a Igreja, as religiões e o mundo secular.
Você acredita na sua ideia de Deus ou em Deus? Caso acredite em Deus, então sua fé chama-se ‘velar’, ‘estar desperto’ (J. B. Metz).
p. 296
Paulus




478 - Morre o teólogo Larry W. Hurtado.



Faleceu no dia 25 de novembro 2019 o renomado teólogo Larry W. Hurtado.


Hurtado foi um estudioso do Novo Testamento, historiador do cristianismo primitivo e professor emérito de língua, literatura e teologia do Novo Testamento na Universidade de Edimburgo, na Escócia (Professor de 1996 a 2011). Foi diretor do Centro de Estudos das Origens Cristãs, na Universidade de Edimburgo.
Nascido em Kansas City, Missouri, em 1943, concluiu seu doutorado na Case Western Reserve University em 1973. Sua primeira nomeação acadêmica foi no Regent College em Vancouver, British Columbia, Canadá, onde lecionou de 1975 a 1978. Foi pastor de uma igreja no subúrbio de Chicago. 
Hurtado contribuiu para o avanço nas pesquisas sobre monoteísmo judaico e devoção cristã na origem do cristianismo. Ele foi uma autoridade nos Evangelhos (especialmente no Evangelho de Marcos), apóstolo Paulo e cristianismo primitivo e crítica textual.
Hurtado morreu durante o sono na noite de 25 de novembro de 2019.


Livros de Larry Hurtado publicados no Brasil



Senhor Jesus Cristo: Devoção a Jesus no cristianismo primitivo

Este livro apresenta um estudo histórico detalhado sobre a posição de Jesus na vida religiosa, fé e adoração dos cristãos desde os primórdios do movimento cristão até o fim do segundo século. Ostentando uma abrangência sem precedentes (o livro trata com propriedade desde a história do cristianismo primitivo passando por temas relacionados aos estudos bíblicos até a cristologia do novo Testamento). O livro Senhor Jesus Cristo de Larry Hurtado é de grande importância para diversos estudiosos e bastante acessível para o grande público interessado nas origens cristãs.
p. 936
Paulus/Academia Cristã


As origens da adoração cristã: o caráter da devoção no ambiente da igreja primitiva

Esta obra presta uma contribuição valiosa ao debate em torno das origens e do desenvolvimento do cristianismo. Larry Hurtado defende que, para compreendermos a natureza do cristianismo no primeiro século, precisamos levar em consideração todas as práticas devocionais dos primeiros cristãos, uma vez que a adoração foi o contexto em que os títulos cristológicos e outras manifestações da fé receberam significado específico — fato que tem sido amplamente desprezado.
Hurtado foca-se em duas características diferenciadoras da adoração da igreja primitiva: seu exclusivismo (rejeitando o culto de outras divindades) e seus contornos “binitários” (a adoração de Cristo ao lado de Deus). Situando o cristianismo primitivo no cenário religioso da Era Romana, Hurtado descreve as características do cristianismo que atraíram seguidores e os levaram a renunciar a outras religiões. O autor então volta a atenção para um debate mais detalhado sobre o lugar que Cristo ocupa na adoração monoteísta dos cristãos primitivos, mostrando que Cristo já figurava em sua vida devocional pública e privada em uma fase surpreendentemente inicial. O livro encerra com algumas reflexões para a adoração cristã dos nossos dias, levando em conta traços históricos das práticas devocionais do cristianismo primitivo.
p. 160
Vida Nova


Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.