quinta-feira, 30 de agosto de 2018

428 - Paulo na origem do cristianismo. Carlos Gil Arbiol.


Lançamento Paulinas, 2018 

Esta obra apresenta a figura e a atuação de Paulo nas origens do cristianismo. Paulo de Tarso é uma das figuras mais contraditórias, influentes e arredias da história da humanidade, e uma das mais incompreendidas. Ele teve papel insubstituível na origem do cristianismo, mas foi interpretado frequentemente como um espelho dos preconceitos e desejos de seus intérpretes, que o apresentaram, às vezes, como fundador do cristianismo ou como traidor do judaísmo; outras vezes, como revolucionário romano; outras vezes ainda como grande pensador, filósofo ou teólogo; e outras mais, como um misógino digno de ostracismo. A maioria dessas imagens se apoia em algum dado histórico, mas também deixa transparecer pressupostos que apenas permitem ver a complexidade e a riqueza, a genialidade e a limitação, o êxito e o fracasso de alguém que sonhou um mundo novo em um tempo difícil.
Este livro pretende oferecer uma leitura historicamente plausível e teologicamente coerente da contribuição de Paulo para o surgimento do cristianismo, e da transformação de seu legado após sua morte.
P. 218.

O autor, Carlos Gil Arbiol, deu uma palestra no VIII Congresso Internacional de Pesquisa Bíblica, de 27-30 de agosto de 2018, na PUC-Paraná, Curitiba.


sexta-feira, 17 de agosto de 2018

427 - Narrativa e Cultura Popular no Cristianismo Primitivo. Paulo Nogueira.




Este livro é um convite para entrar no mundo dos primeiros cristãos por meio de um exercício de estranhamento. O autor propõe que o leitor e a leitora se permitam ver como esse grupo é diferente de qualquer forma de cristianismo que conheçam ou que pratiquem. Instiga a surpresa e o desconforto. Também propõe que os aspectos humanizadores e libertadores sejam esquecidos por ora, a fim de que não sejam tomados tão rapidamente como próximos do que se pode admirar. Com essa proposta, com esse contrato de leitura, não quer dizer que é indiferente ao cristianismo das origens, que não os admira como movimento religioso e como espiritualidade. Está longe de conseguir exercer qualquer distanciamento asséptico e neutro. Apenas quer permitir exercitar uma leitura na qual emerjam outras pautas que não as próprias. Que as esquisitices e peculiaridades de qualquer discurso religioso – e se sabe como elas são frequentes – não sejam varridas para debaixo do tapete do texto acadêmico. A ideia é propor uma hipótese de leitura do cristianismo primitivo que busque o acesso nas próprias formas de expressão. Buscará fazer valer nessa leitura que a mídia é o conteúdo, ou seja, a própria forma de articulação cultural dos primeiros cristãos – por mais fragmentária que seja –, o que será objeto de atenção. O compromisso em analisar as formas de expressão do cristianismo primitivo será concretizado no texto no fato de que não se analisarão temas, doutrinas, práticas rituais isolados, fora de conjuntos textuais. As formas de expressão, composição, organizadas por personagens, tempo, espaço, cenários etc., serão prioritárias.

Autor: Paulo Nogueira



sexta-feira, 10 de agosto de 2018

426 - VIII Congresso Internacional da ABIB - 2018,




VIII Congresso Internacional de Pesquisa Bíblica (27 a 30 de Agosto de 2018 – PUC-Paraná, Curitiba).


Conferencistas

John M. G. Barclay (nascido em 1958), Lightfoot Professor of Divinity, Department of Theology and Religion, Durham University (Reino Unido). Ele é, na atualidade, um dos principais pesquisadores nas questões centrais da Teologia Paulina.









Carlos Gil Arbiol (nasceu em Tudela, Navarra, 1970): realizou seu mestrado em Teologia Bíblica na Universidade de Deusto, na Espanha (1995-1997). Completou os estudos de Doutorado em Jerusalém (1997-1998) e na Universidade de St. Andrews, Escócia (1999-2000) e defendeu a tese doutoral em Teologia Bíblica na Universidade de Deusto (2001) com o título “La autoestigmatización en el movimiento de Jesús. Ensayo de exégesis socio-científica” (A autoestigmatização no movimento de Jesus: ensaio de exegese sócio-científica). 
Atualmente é Professor Titular de Novo Testamento na Faculdade de Teologia da Universidade de Deusto, Espanha.


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

425 - Dicionário de Monoteísmos: Judaísmo - Cristianismo - Islã: Cyrille Michon; Denis Moreau.



Judaísmo, cristianismo, islamismo: cerca de 3,5 bilhões de pessoas, ou seja, metade da humanidade, professam sua fé a um desses três "grandes monoteísmos". Quarenta, vinte e treze séculos modelaram corpos doutrinais bem identificáveis em cada uma dessas três tradições: a partir das Escrituras sobre as quais se fundamentam, o trabalho de inumeráveis pensadores de todas as categorias e horizontes elaborou a "teologia" dessas religiões, isto é, uma reflexão de inegável riqueza sobre o mundo, o ser humano e Deus.
Com o objetivo de fornecer uma compreensão sintética, o presente dicionário expõe o conteúdo dessa reflexão em artigos centrados nas noções constitutivas de seus ensinamentos. De Abraão à Unicidade de Deus, passando por Amor, Calendário, Fé, Jihad, Providência ou Ressurreição, esta obra redigida por especialistas renomados contribui para reduzir o desconhecimento e permite a descoberta de semelhanças e diferenças dos patrimônios religiosos dos quais somos - adeptos, adversários ou indiferentes - herdeiros e contemporâneos.
Uma cronologia e índices detalhados completam esta ferramenta única em seu gênero, ao mesmo tempo precisa, palatável e indispensável aos que, de uma maneira ou de outra, se interessam pelo “fato religioso”.

Cyrille Michon: professor de filosofia na Universidade de Nantes.
Denis Moreau: professor de filosofia na Universidade de Nantes.


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

424 - Romano Penna. Livros: Paulo de Tarso; Ceia do Senhor. Lançamento Loyola 2018.




Paulo de Tarso a Roma

À parte a falsa insinuação de antifeminismo, uma série de preconceitos sempre impediu uma compreensão mais objetiva de Paulo de Tarso por parte da opinião pública. No plano intelectual, pesou sobre ele a hipoteca posta por Friedrich Nietzsche - que o transformou no verdadeiro fundador do cristianismo. A própria Igreja católica preferiu transmitir a imagem do missionário comprometido, com prejuízo, porém, do pensamento incômodo que se encontra em suas cartas.
O verdadeiro Paulo - um judeu convicto que se tornou apóstolo de Jesus Cristo - é filtrado por aquilo que ele mesmo revela ser em seus escritos. Portanto, é importante investigar as características desse homem: suas origens, sua formação cultural, suas experiências e travessias, suas perseguições e, sobretudo, seu pensamento, que nunca cessa de surpreender os superficiais ou os medrosos e de fecundar salutarmente na linha da liberdade quem se deixa honestamente impregnar por ele.


A Ceia: Dimensão Histórica e Ideal

Por que os primeiros cristãos começaram a repetir semanalmente a Última ceia de Jesus? Que valor davam a esse encontro? Como e por que se começou a chamar de Eucaristia o que inicialmente era "Ceia do Senhor"? Por que a "liturgia eucarística" precedia a "liturgia da Palavra"? Que relação existia entre Batismo e Eucaristia?
Baseado em uma difícil mas convincente análise de textos religiosos e dos contextos sociais, o autor sintetiza neste ensaio suas respostas originais. Ele reconstrói o panorama heterogêneo das práticas celebrativas das primeiras comunidades cristãs, valorizando as diversidades de ambientes, de testemunhos e de reflexões teológicas, todas caracterizadas pela total ausência de categorias sagradas.
Para os fiéis em Cristo, o importante não é apenas o momento de uma prática cultual, mas, mais ainda, o dado de uma vida de comunhão, conduzida nos padrões da fé e de sólida ligação com Jesus Cristo, nascida com o Batismo. Essa primeira imersão em Cristo renova-se e nutre-se graças à Eucaristia, de modo a se tornar fonte de uma comunhão fraterna igualmente sólida, vivida na vida concreta "até que ele venha".


Romano Penna
Nascido em Castiglione Tinella (Cuneo), é professor emérito do Novo Testamento na Universidade Lateranense e professor convidado na Universidade Gregoriana, na Faculdade Teológica de Florença, na Universidade de Urbino e no Studium Biblicum de Jerusalém. Publicações por Edições Loyola: A formação do Novo Testamento em suas três dimensões e Paulo - De Tarso a Roma.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

423 - Pedro Lima Vasconcellos. Livros: teologia, ciências da religião, história.



Doutorado em Ciências Sociais: Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004), Livre-Docência em Ciências da Religião pela mesma universidade (2009) e Pós-Doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2016). Professor Adjunto da Universidade Federal de Alagoas.








Lendo o Evangelho Segundo João

Nos primeiros séculos, o Evangelho segundo João foi visto com suspeita por alguns grupos cristãos e com entusiasmo por outros. A reflexão da obra produziu polêmica e divisões alimentadas por leituras e interpretações divergentes sobre questões de doutrina e de participação nos rituais comunitários. Só por volta do ano 200, o texto passou a ser aceito mais amplamente, estimulado pela circulação das cartas joaninas, que enfatizavam a realidade da encarnação da Palavra de Deus em Jesus.
As urgências e os dramas do nosso tempo também são muitos e crescentes. O Evangelho segundo João traz elementos inspiradores de práticas ousadas e criativas, que apontam na direção da vida em abundância prometida por Jesus a quem se compromete com sua obra. Mas este comprometimento deve ser radical. Jesus deixou um exemplo exigente, para ser não apenas recordado, mas recriado nas novas situações, diante das novas exigências que a vida no cotidiano vai colocando para a comunidade.


Paulo de Tarso: Um apóstolo para as nações
Pedro Lima Vasconcellos / Pedro Paulo A. Funari

Existiram (e continuam a existir) muitas faces de Paulo de Tarso na consciência ocidental, marcada de forma decisiva pelo cristianismo: o misógino, o apolítico, o inspirador de Lutero... Isso porque esse personagem veio a tornar-se, mesmo sem o pretender, nas tantas oportunidades e contextos em que foi relido, um dos vetores decisivos para o desenvolvimento de um novo movimento religioso, que se desdobrava da vida e da morte de Jesus de Nazaré. Com o apoio de recentes pesquisas de cunho histórico, arqueológico e exegético, Pedro Lima Vasconcellos e Pedro Paulo A. Funari apresentam, em síntese instigante e de fácil leitura, sua percepção dos traços principais da trajetória desse apóstolo, e as características principais de sua ação como missionário em cidades da Grécia e Ásia Menor, criador de assembleias de Jesus, semeador, a seu modo, de valores que diríamos contraculturais, animado por horizontes escatológicos para nós inusitados.


O Vaticano II e a leitura da Bíblia
Pedro Lima Vasconcellos / Rafael R. da Silva

A leitura e o lugar da Bíblia na vida eclesial constituíram um dos temas mais candentes tratados no Concílio Vaticano II, algo que se re­fletiu no longo e tenso processo de redação daquele que alguns consideram o mais importante documento emanado dessa assembleia: a constituição dogmática Dei Verbum. Por um inovador entendimento do teor da revelação divina, ela veio reforçar o movimento de respeito ao texto bíblico e de superação de interpretações que tendiam a fazer da Escritura apenas a confirmação de teses anteriormente definidas, no campo da doutrina e da moral, bem como no das dinâmicas institucionais. Porém, esse vento novo sofreu as investidas de grupos defensores dos que se tomavam como autorizados guardiões da ortodoxia: houve quem nele visse os bafos do Anticristo... Na América Latina, e particularmente no Brasil, sofremos ações contrárias à concretização do entendimento da Igreja povo de Deus e ao compromisso histórico com as causas dos empobrecidos; a tentativa de desmantelamento da teologia da libertação e sua presença nas instituições teológicas; especificamente no tocante à leitura da Bíblia, assistimos ao fortalecimento de caminhos interpretativos na contramão das diretrizes conciliares, de cunho espiritualista, fundamentalista e moralista. No entanto, apesar das investidas e cerceamentos, o novo modo de ler a Bíblia, o estudo exegético e as experiências comunitárias, eclesiais e ecumênicas continuaram o seu curso e, ao longo desses cinquenta anos após o término do concílio, têm fertilizado muitas comunidades, desdobrando-se nas lutas sociais e ações pastorais; continuam crescendo como "flor sem defesa".


Introdução ao Segundo Testamento: Eu vim para que todos tenham vida em plenitude
André Luiz Milani / João Décio Passos / Pedro Lima Vasconcellos / Sylvia Villac

Introdução ao Segundo Testamento integra o elenco da produção teológica da Região Episcopal Brasilândia, cujo objetivo é oferecer, com linguagem acessível, boa formação aos irmãos fiéis de todas as comunidades, pastorais e movimetnos eclesiais. O objetivo dos blocos que compõe esta riquíssima obra é conduzir, pela força do amor, os nossos formandos ao mesmo propósito de Jesus: Eu vim para que todos tenham vida em plenitude.


Como ler a carta aos Hebreus: Um sacerdote fiel para um povo a caminho

Nenhum dos nomes do título tradicional, Carta aos Hebreus, designa adequadamente este escrito enigmático, e muitas vezes mal compreendido. Já se pensou que seria um convite à fuga do mundo e um refúgio nas esperanças pelo céu e pela vida além da morte. Também já se leu esse escrito como uma fundamentação do sacerdócio ordenado. A proposta aqui é percorrer a reflexão proposta por Hebreus do começo ao fim e deixar que ele fale, identificando para nós quais são suas maiores preocupações. E aí se perceberá um texto desafiador, que convoca a comunidade a não abandonar seus compromissos e esperanças, mesmo que isso acarrete perseguições e humilhação. Ela tem em quem se apoiar: Jesus Cristo, o único e definitivo sacerdote. Da mesma forma que ele, que se solidarizou com seus irmãos e irmãs até a morte, a comunidade saberá enfrentar os desafios do momento presente, tendo a certeza de que não cabe apegar-se a seguranças que venham do poder estabelecido ou dos valores impostos à sociedade: ela tem os olhos voltados à cidade bem alicerçada, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus.


Antônio Conselheiro por ele mesmo

Antônio Conselheiro por ele mesmo é um belíssimo box, composto por dois volumes, que irão desmistificar tudo o que você pensa ou conhece sobre esse personagem da história do Brasil. O volume 1, Apontamentos dos Preceitos da Divina Lei de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Salvação dos Homens, de autoria do próprio Antônio Conselheiro, conta com uma coletânea de reflexões sobre temas variados, de matiz fundamentalmente religioso, escrito durante a época em que era líder do vilarejo que ele batizou como Belo Monte. O volume 2, de autoria de Pedro Lima Vasconcellos, Arqueologia de um Monumento – Os Apontamentos de Antônio Conselheiro, apresenta um estudo sobre o conteúdo das reflexões de Conselheiro, mostradas no volume 1.








Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.