Doutorado em Ciências
Sociais: Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(2004), Livre-Docência em Ciências da Religião pela mesma universidade (2009) e
Pós-Doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2016).
Professor Adjunto da Universidade Federal de Alagoas.
Lendo
o Evangelho Segundo João
Nos primeiros séculos, o
Evangelho segundo João foi visto com suspeita por alguns grupos cristãos e com
entusiasmo por outros. A reflexão da obra produziu polêmica e divisões
alimentadas por leituras e interpretações divergentes sobre questões de
doutrina e de participação nos rituais comunitários. Só por volta do ano 200, o
texto passou a ser aceito mais amplamente, estimulado pela circulação das
cartas joaninas, que enfatizavam a realidade da encarnação da Palavra de Deus
em Jesus.
As urgências e os dramas
do nosso tempo também são muitos e crescentes. O Evangelho segundo João traz
elementos inspiradores de práticas ousadas e criativas, que apontam na direção
da vida em abundância prometida por Jesus a quem se compromete com sua obra.
Mas este comprometimento deve ser radical. Jesus deixou um exemplo exigente,
para ser não apenas recordado, mas recriado nas novas situações, diante das
novas exigências que a vida no cotidiano vai colocando para a comunidade.
Paulo
de Tarso: Um
apóstolo para as nações
Pedro Lima Vasconcellos / Pedro
Paulo A. Funari
Existiram (e continuam a
existir) muitas faces de Paulo de Tarso na consciência ocidental, marcada de
forma decisiva pelo cristianismo: o misógino, o apolítico, o inspirador de
Lutero... Isso porque esse personagem veio a tornar-se, mesmo sem o pretender,
nas tantas oportunidades e contextos em que foi relido, um dos vetores
decisivos para o desenvolvimento de um novo movimento religioso, que se
desdobrava da vida e da morte de Jesus de Nazaré. Com o apoio de recentes
pesquisas de cunho histórico, arqueológico e exegético, Pedro Lima Vasconcellos
e Pedro Paulo A. Funari apresentam, em síntese instigante e de fácil leitura,
sua percepção dos traços principais da trajetória desse apóstolo, e as
características principais de sua ação como missionário em cidades da Grécia e
Ásia Menor, criador de assembleias de Jesus, semeador, a seu modo, de valores
que diríamos contraculturais, animado por horizontes escatológicos para nós
inusitados.
O
Vaticano II e a leitura da Bíblia
Pedro Lima Vasconcellos / Rafael
R. da Silva
A leitura e o lugar da
Bíblia na vida eclesial constituíram um dos temas mais candentes tratados no
Concílio Vaticano II, algo que se refletiu no longo e tenso processo de
redação daquele que alguns consideram o mais importante documento emanado dessa
assembleia: a constituição dogmática Dei Verbum. Por um inovador entendimento
do teor da revelação divina, ela veio reforçar o movimento de respeito ao texto
bíblico e de superação de interpretações que tendiam a fazer da Escritura
apenas a confirmação de teses anteriormente definidas, no campo da doutrina e
da moral, bem como no das dinâmicas institucionais. Porém, esse vento novo sofreu
as investidas de grupos defensores dos que se tomavam como autorizados
guardiões da ortodoxia: houve quem nele visse os bafos do Anticristo... Na
América Latina, e particularmente no Brasil, sofremos ações contrárias à
concretização do entendimento da Igreja povo de Deus e ao compromisso histórico
com as causas dos empobrecidos; a tentativa de desmantelamento da teologia da
libertação e sua presença nas instituições teológicas; especificamente no
tocante à leitura da Bíblia, assistimos ao fortalecimento de caminhos
interpretativos na contramão das diretrizes conciliares, de cunho
espiritualista, fundamentalista e moralista. No entanto, apesar das investidas
e cerceamentos, o novo modo de ler a Bíblia, o estudo exegético e as
experiências comunitárias, eclesiais e ecumênicas continuaram o seu curso e, ao
longo desses cinquenta anos após o término do concílio, têm fertilizado muitas
comunidades, desdobrando-se nas lutas sociais e ações pastorais; continuam
crescendo como "flor sem defesa".
Introdução
ao Segundo Testamento: Eu vim para que todos tenham vida em plenitude
André Luiz Milani / João
Décio Passos / Pedro Lima Vasconcellos / Sylvia Villac
Introdução ao Segundo
Testamento integra o elenco da produção teológica da Região Episcopal
Brasilândia, cujo objetivo é oferecer, com linguagem acessível, boa formação
aos irmãos fiéis de todas as comunidades, pastorais e movimetnos eclesiais. O
objetivo dos blocos que compõe esta riquíssima obra é conduzir, pela força do
amor, os nossos formandos ao mesmo propósito de Jesus: Eu vim para que todos
tenham vida em plenitude.
Como
ler a carta aos Hebreus: Um sacerdote fiel para um povo a caminho
Nenhum dos nomes do
título tradicional, Carta aos Hebreus, designa adequadamente este escrito
enigmático, e muitas vezes mal compreendido. Já se pensou que seria um convite
à fuga do mundo e um refúgio nas esperanças pelo céu e pela vida além da morte.
Também já se leu esse escrito como uma fundamentação do sacerdócio ordenado. A
proposta aqui é percorrer a reflexão proposta por Hebreus do começo ao fim e
deixar que ele fale, identificando para nós quais são suas maiores
preocupações. E aí se perceberá um texto desafiador, que convoca a comunidade a
não abandonar seus compromissos e esperanças, mesmo que isso acarrete
perseguições e humilhação. Ela tem em quem se apoiar: Jesus Cristo, o único e
definitivo sacerdote. Da mesma forma que ele, que se solidarizou com seus
irmãos e irmãs até a morte, a comunidade saberá enfrentar os desafios do momento
presente, tendo a certeza de que não cabe apegar-se a seguranças que venham do
poder estabelecido ou dos valores impostos à sociedade: ela tem os olhos
voltados à cidade bem alicerçada, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus.
Antônio
Conselheiro por ele mesmo
Antônio Conselheiro por
ele mesmo é um belíssimo box, composto por dois volumes, que irão
desmistificar tudo o que você pensa ou conhece sobre esse personagem da
história do Brasil. O volume 1, Apontamentos dos Preceitos da Divina Lei
de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Salvação dos Homens, de autoria do próprio
Antônio Conselheiro, conta com uma coletânea de reflexões sobre temas variados,
de matiz fundamentalmente religioso, escrito durante a época em que era líder
do vilarejo que ele batizou como Belo Monte. O volume 2, de autoria de Pedro
Lima Vasconcellos, Arqueologia de um Monumento – Os Apontamentos de Antônio
Conselheiro, apresenta um estudo sobre o conteúdo das reflexões de Conselheiro,
mostradas no volume 1.
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