quinta-feira, 30 de setembro de 2010

04 - Rudolf Bultmann: estudioso meticuloso




Bultmann foi um grande revisor, um leitor voraz, estudioso meticuloso, e ferozmente pensador independente.
Grandes teólogos do século XX cresceram aos pés do exegeta de Marburg.
Eu gosto de Bultmann mais que a maioria dos teólogos contemporâneos, seus livros me acompanham por todos os lugares.

Prof. David Rubens











Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. Rudolf Bultmann. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/. Acesso em: _____________.


03 - Apontamentos no Livro do Profeta Isaías


por

David Rubens



No livro de Isaías constam expressões dos mais variados momentos e situações da profecia bíblica. Além de riquíssimo conteúdo, o livro de Isaías desempenha grande influência nos tempos posteriores.

Composição do livro:

Entre os manuscritos de Qumran foi encontrado o livro de Isaías em toda a sua extensão. Foi um acontecimento surpreendente; pois o livro é grande e a maioria dos outros achados era parte de livros ou pequenos fragmentos. Essa descoberta indicou que na época de Jesus o livro de Isaías era conhecido e utilizado na extensão e com o conteúdo que também conhecemos.
O livro de Isaías é expressão da vida e das esperanças do povo, num período bastante extenso, e que foi feito por muitas mãos, de épocas e lugares diferentes.
Os primeiros capítulos falam inúmeras vezes de Judá e de seus reis do século VIII: Acaz, Ezequias. É o tempo de Oséias e Miquéias, um pouco depois de Amós, quando Judá era um Estado independente. Foi nessa época que viveu o profeta Isaías.
Mas em Isaías 14.5-21 o texto nos leva para Babilônia e crítica a arrogância do rei opressor. Esse conteúdo faz pensar na época da deportação para a Babilônia. E isso aconteceu no século VI, quase dois séculos depois do ministério do profeta Isaías. No final do capitulo 44 e no inicio do seguinte lemos o nome do rei da Pérsia, Ciro. Foi esse rei que tornou possível o fim da deportação e a volta para a terra de Judá, em 538. E o fim do livro revela estarmos diante de Jerusalém a ser recuperada e reconstruída.

Divisão do livro:

1 a 39 = Isaías - construído a partir do ministério do profeta histórico do final do século VIII a.C.
Em suas palavras prevalecem uma forte crítica à falta de direito e justiça (1.21-26; 5.8-24; 10.1-4). Seus adversários seriam basicamente a elite governante citadina, na figura de conselheiros, sábios, funcionários da corte. A arrogância destas pessoas e sua participação efetiva no sistema de exploração da base camponesa das aldeias e cidades do interior são motivo das criticas.
O profeta, em sua mensagem, anuncia um castigo divino. Este pode ser tanto um julgamento de purificação (Is 1.21-26) quanto uma invasão do exército assírio (910.5).
O objetivo da atuação é restabelecer um estado de direito e justiça (1.260.

40 a 55 = Dêutero-Isaías - fruto da experiência dos judeus que foram deportados para a Babilônia antes que aparecesse o rei Ciro e a possibilidade de retorno à terra de Judá, século VI a.C.
O material deste bloco fala-se da consolação ao Israel deportado, da compaixão de Yahweh e também se expressam críticas não mais sociais, mas religiosas; o que está em discussão é o afastamento de setores dos deportados pelos “outros deuses”. Yahweh é celebrado como o único, fora do qual não há outro deus (44.6; 45.21).

56 a 66 = Trito-Isaías - seriam mais bem compreendidos à luz do processo de reconstrução de Jerusalém após a volta do exílio, século V a.C.
A moldura literária externa do bloco destaca os temas do retorno da comunidade exilada (56.1-7). No centro do bloco está o capitulo 66 com os temas fortes da libertação.
A mensagem é que nesta fase de reorganização da vida do povo na província persa de Judá, uma vida eticamente regrada deve ser fio condutor nas relações sociais.

Processo semelhante a esse que notamos no livro de Isaías vamos encontrar também em outros livros, de maneira mais evidente em Miquéias e Zacarias. Os livros proféticos, quase na sua totalidade, são fruto de diversos contextos históricos.


Bibliografia:

GUNNEWEG, Antonius H. J. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo. Teológica: 2005.
REIMER, Haroldo. Tradição de Isaías, A. Estudos Bíblicos. Petrópolis. Vozes: 2006. n. 89.
VASCONCELLOS, Pedro Lima. História da Palavra, A. São Paulo. Paulinas: 2003. P. 101.



Estilo de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. Apontamentos no Livro do Profeta Isaías. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/. Acesso em: _____________.

02 - Leitura Para Estudantes de Teologia: Indicação de Livros de Teologia

Introdução à Teologia Evangélica
Karl Barth

Barth fala da tarefa da teologia de forma fervorosa. A linguagem é vigorosa. O conteúdo é a prestação de contas teológica de uma das mentes teológicas mais brilhates do século XX. Barth não propõe uma espiritualidade para a/o estudante de teologia. A própria existência teológica, insiste ele, é espiritual, pois marcada pela admiração, pelo abalo, pelo comprometimento e pela fé, sem os quais não é possível sobreviver aos perigos da solidão, da dúvida, da provação. Além disso, sem oração, estudo, serviço e sem amor, o trabalho teológico não progride. Só assim a teologia torna-se ciência modesta, livre, crítica, grata e alegre. Introdução à Teologia Evangélica representa uma síntese das ideias teológicas básicas de Karl Barth, apresentadas em sua última preleção na cidade de Basiléia, Suíça, no ano de 1962. Barth desenvolve esta sua síntese teológica em 17 preleções ao longo do livro. As preleções abordam o lugar da teologia (focalizavam a palavra, as testemunhas, a comunidade e o Espírito), a existência teológica (caracterizada por admiração, abalo, comprometimento e fé). Os perigos que a teologia enfrenta (com destaque para a solidão, a dúvida, a tentação e a esperança) e o trabalho teológico (envolto de oração, estudo, serviço e amor). O assunto da teologia evangélica é, segundo Barth, Deus - Deus, na história de suas ações ... a teologia será evangélica, portanto não será voltada a um Deus desumano - não será teologia legalista. Isto porque, segundo o autor, o conteúdo da teologia não é outro senão o amor ilimitado e livre de Deus, ou seja, sua graça que clama por gratidão.
10ª Edição Revisada
128 Páginas
15,5x 22,5 cm
Sinodal


Demitologização
Rudolf Bultmann

Autor do histórico ensaio Novo Testamento e Mitologia, sua inquirição séria da relação entre crer e compreender visa à articulação convincente da fé cristã para o ser humano contemporâneo.   Rudolf Bultmann tem escandalizado pela radicalidade de sua crítica, condesada em seu programa da demitologização. Entretanto, a fixação exclusiva nesta dimensão deixa de perceber o brilhante e decidido esforço por fundamentar a fé além da crítica. Perfaz o mérito deste teólogo ter aceito o desafio proveniente da cosmovisão científica de nossos dias e de tê-lo respondido com uma energia afirmação de fé. Explicam-se a partir desse propósito inclusive certos exageros da crítica: Bultmann pretende evidenciar a imunidade da fé diante dos ataques da racionalidade moderna e da dúvida dela decorrente. A crítica, por mais radical que seja, não anula a verdade evangélica. Desta forma, a teologia de Bultmann contribui para uma fé autêntica, dispensada da necessidade de encobrir a incerteza por fanatismo ou ativismo. Rudolf Bultman (1884-1976), notável teólogo alemão, é o autor do histórico ensaio Novo Testamento e mitologia, de 1941, com o qual desencadeou o polêmico programa da demitologização e da interpretação existencialista do Novo Testamento. Mesmo não concordando com métodos e conclusões deste controvertido teólogo, pode-se afirmar que a teologia simplesmente não pode ignorar Bultmann. Sua inquirição séria da relação entre crer e compreender visa a articulação convincente da fé cristã para o ser humano contemporâneo. Quem se preocupa com este tema terá grande proveito na leitura dos estudos publicados neste livro. 
15X22
Pg. 122
Sinodal


História do Pensamento Cristão
Paul Tillich

Estas aulas sobre a história do pensamento aparecem num momento em que a compreensão da história tornou-se tarefa central e problema urgente da atual reflexão teológica.   
Evidenciam a maneira como o próprio Tillich utilizava a história. Para ele o passado carregava em si o presente, e seu estudo era como uma alameda aberta para o futuro. Só se pode viver no presente plenamente, aberto para o futuro, em diálogo com o passado, interpretando seus monumentos e compreendendo seus movimentos. Este livro demonstra o poder da história para um teólogo que jamais mergulhou no passado para escapar do presente. A história torna-se viva para o estudante que se deixa introduzir por Tillich na sua força.   
16X23
Pg. 296
Sinodal


Ética
Dietrich Bonhoeffer

10ª Edição. Esta obra surgiu em meio à 2ª Guerra Mundial. Experimentava-se a decadência de todos os valores éticos. O autor define a busca do novo através de quem, apenas preso a Deus, se sabe chamado para a ação obediente e responsável.   Deu-se tanta ênfase à justificação pela graça, sem as obras da lei, que Bonhoeffer, o famoso teólogo-mártir alemão, executado pelos nazistas em 1945, se sentiu motivado a iniciar este livro dizendo que a graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja.   A nossa luta trata-se hoje em torno da graça preciosa, que é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende com alegria tudo quanto tem (...) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga as suas redes e o segue (...) o dom pelo qual se tem que orar, a porta à qual se tem que bater.   Ouvir e aceitar o chamado de Deus para o discipulado significa, simultaneamente, ser agraciado/a com a oferta de vida nova e ser desafiado/a a vivê-la em todas as profissões e circunstâncias.   Este livro de Dietrich Bonhoeffer foi compilado e editado por Eberrhard Bethge, seu amigo, biógrafo e casado com sua sobrinha. Na primeira edição de Ética, em 1948, Bethge escreve:   As obras de Bonhoeffer não cresceram de acordo com um plano firme e imutável; de capítulo a capítulo; antes, se fundiram aos poucos num todo a partir de muitos estudos específicos. Títulos e disposições sofriam constantes modificações.   Mais adiante, no mesmo prefácio, ele compartilha que Dietrich Bonhoeffer havia escrito em 15 de dezembro de 1943: Às vezes penso que concluí a mais ou menos a minha vida e deveria apenas acabar ainda a minha Ética... O ajustamento desta nova edição a uma apresentação uniforme das obras de Bonhoeffer motiva uma nova publicação da Ética que tenta mostrar as quatro abordagens em sua sequência cronológica. 
15X22
Pg. 248
Sinodal


Cristologia do Novo Testamento
Oscar Cullmann

Neste trabalho exegético, o autor elegeu a história como categoria essencial da teologia Bíblica do Novo Testamento. Cristo está ligado a toda história de revelação e salvação, desde a criação. Este é um traço essencial da Cristologia do Novo Testamento. Este livro é fundamental tanto para Biblistas quanto para dogmatas, ao servir de modelo, contribui também para a discussão sobre o Método Teológico à medida que esclarece a conceituação cristológica neotestamentária e aponta para alguns enganos da cristologias escolásticas, tanto católicas quanto protestantes. É com grande alegria que vejo à disposição do público brasileiro, após 44 anos de existência, o segundo mais importante livro escrito por Oscar Cullmann, um dos mais brilhantes teólogos do séc. XX. Adepto de uma metodologia científica contemporânea que, partindo da Bíblia em direção ao dogma, implica na consciência da historicidade dos conceitos teológicos, Cullmann consegue associar rigor acadêmico à convicção confessional e, desta forma, contribuir para a conciliação da fé com a razão. Fundamental tanto para a discussão sobre método teológico à medida que esclarece a conceituação cristológica neotestamentária e aponta para alguns enganos das cristologias escolásticas, tanto católicas quanto protestantes.
14X21
Pg. 440
Hagnos


Teoria do Método Teológico
Clodovis Boff

Versão didática, dirigida aos estudantes de teologia, não para lhes transmitir conteúdos teológicos, mas para lhes ensinar a arte de fazer teologia. Mais além da ideia de ensino, trata-se propriamente de formação. É introdução à teologia no sentido técnico e religioso. Num tempo em que as religiões são desafiadas, quer por uma aguda e caótica busca do sagrado, quer pelas grandes questões sociais, agora em dimensão global, como a exclusão social, a devastação da natureza e os conflitos étnicos, o discurso teológico emerge como uma exigência cultural.
Mas pode haver teologia credível, quando falta consciência e rigor?
E não é justamente isso que pretende a reflexão sobre o método, como a que propõe este livro?
Sem tal reflexão, pode a teologia e, indiretamente, a fé recuperar sua identidade, posta hoje à prova pelo embate que sofre da parte da problemática religiosa e social. 
Clodovis M. Boff nasceu em Concórdia (SC) em 1944. Ordenou-se presbítero na Ordem dos Servos de Maria (OSM). Doutorou-se pela Universidade Católica de Lovaina (Bélgica). Atualmente é professor na PUC-PR (Curitiba) e no Studium Theological de Curitiba e na Pontifícia Faculdade Marianum de Roma. É membro do Iser - Assessoria do Rio de Janeiro, ONG que acompanha trabalhos de base. É membro da Comunidade formadora da Ordem em Curitiba e é vigário paroquial na Capela Maria Mãe da Igreja (Bairro Alto-Curitiba).
14X21
Pg. 232
Vozes


Ética da Esperança
Jürgen Moltmann

A presente obra é esperada há muito tempo. Nela Jürgen Moltmann mostra, na perspectiva da teologia da esperança, como se entrelaçam os pontos de vista éticos, os juízos éticos e o agir concreto. Após um capítulo fundamental sobre a relação entre escatologia e ética, seguem-se três passos: Moltmann indaga por uma ética da vida que se diferencia de uma ética da morte, por uma ética da terra em face dos desafios ecológicos da atualidade e, finalmente, por uma ética da justiça em face das crescentes disparidades sociais e globais na convivência social.
16X23
Pg. 313
Vozes




Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.