Nós, esquecendo que somos
uma porção da própria Terra, começamos a saquear suas riquezas no solo, no
subsolo, no ar, no mar e em todas as partes. Buscava-se realizar um projeto
ousado de acumular o mais possível bens materiais para o desfrute humano, na verdade,
para a subporção poderosa e já rica da humanidade. Em função desse propósito se
criou a ciência e a técnica.
Atacando a Terra,
atacamos a nós mesmos que somos Terra pensante. Levou-se tão longe a cobiça
deste grupo pequeno voraz, que ela atualmente se sente exaurida a ponto de
terem sido tocados seus limites intransponíveis. É o que chamamos tecnicamente
de “Sobrecarga da Terra” (the Earth overshoot). Tiramos mais do que ela
pode dar. Agora não consegue repor o que lhe subtraímos. Então dá sinais de que
adoeceu, perdeu seu equilíbrio dinâmico, aquecendo-se de forma crescente,
formando tufões e terremotos, nevascas nunca dantes vistas, estiagens
prolongadas e inundações devastadoras.
De repente, acordamos
assustados e perplexos: esta porção da Terra que somos nós, pode desaparecer.
Em outras palavras, a própria Terra se defende contra a parte rebelada e
doentia dela mesma. Pode sentir-se obrigada a fazer uma amputação como fazemos
de uma perna necrosada. Só que desta vez, é toda esta porção tida por
inteligente e amante, que a Terra não quer mais que lhe pertença e acabe
eliminando-a.
Será assim o fim desta
espécie de vida que, com sua singularidade de autoconsciência, é uma entre
milhões de outras existentes, também partes da Terra. Esta continuará girando
ao redor do sol, empobrecida, até que ela faça surgir outro ser que também é
expressão dela, capaz de sensibilidade, de inteligência e de amor.
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