quinta-feira, 5 de novembro de 2015

284 - História do movimento cristão mundial, volume II: o Cristianismo moderno de 1454 a 1800. Dale T. Irvin e Scott W. Sunquist



Introdução
A história do movimento cristão mundial tem sido maior do que aquilo que qualquer dos seus participantes jamais imaginou que fosse. É também maior do que qualquer um que tenta escrever sobre ele consegue expressar. Como todas as histórias escritas, esta é incompleta, pois nunca podemos esgotar quer os dados quer as nossas interpretações dos dados. No tocante à história, há sempre mais a pesquisar, mais a estudar e mais a escrever, assim como há sempre mais a fazer. Reconhecer que existe esse excedente tanto na história que é vivida como na história que é pesquisada e escrita serve como uma advertência e também como um incentivo para manter abertos o projeto histórico e os ricos diálogos em andamento. Mas chega a hora em que a elaboração deve ser encerrada, ainda que por um tempo, para que o projeto seja visto. Após mais de uma década de trabalho, que incluiu a colaboração de bom número de especialistas e estudiosos do mundo inteiro, você agora tem em mãos o produto dos esforços deles como o segundo volume da História do movimento cristão mundial. 
Os dois autores deste volume oferecem-no como uma contribuição ao diálogo que, esperamos, não termine tão cedo. Ele não é, de modo algum, a última palavra na história do movimento cristão mundial do século XV ao século XVIII. Ao invés, nós o oferecemos como uma contribuição a mais destinada a ampliar a compreensão coletiva da história do Cristianismo no mundo. Permeando os primeiros dois volumes da História do movimento cristão mundial está a concepção subjacente de que o Cristianismo não foi uma religião europeia que se espalhou por outras partes do mundo pela primeira vez após o ano 1500, como muitas vezes tem sido apresentado. 
O Cristianismo nasceu na juntura de três continentes e, cem anos depois, já estava solidamente estabelecido em cada um deles. No ano 1500, já era algo como uma religião mundial. Tinha se tornado também a religião dominante e estabelecida na Europa Ocidental, como continuou sendo no Império Romano Oriental (ou Bizantino), que tinha como capital Constantinopla. O volume primeiro terminou com a derrota de Constantinopla, em 1453, pelas forças otomanas, e o correspondente fim do Império Romano Oriental (ou Bizantino). Apenas algumas décadas antes as naus portuguesas começaram a se aventurar no sul do oceano Atlântico, ao longo da costa da África, abrindo uma nova era na história mundial. Essa nova era foi logo caracterizada por um desequilíbrio global de poder que permitiu aos europeus dominar muitas outras regiões do globo. O subsequente movimento de pessoas, de bens e ideias que essas viagens facilitaram, também espalhou rapidamente o Cristianismo através do globo terrestre, para mais longe do que tinha estado antes. Comunidades cristãs começaram a se desenvolver em regiões da terra onde anteriormente não existiam, mais notavelmente no hemisfério que passou a ser chamado de América do Sul e do Norte. Embora na maioria dos casos essas comunidades de fé nas novas localidades continuassem a estar relacionadas quanto ao caráter e à expressão com as Igrejas da Europa Ocidental, elas nunca foram simples cópias delas. Em alguns lugares da Ásia e da África, os cristãos da Europa Ocidental encontraram também comunidades cristãs indígenas de várias tradições ortodoxas que já viviam nesses lugares por mais de um milênio. Os resultados desses encontros foram significativos para ambas as partes. Enquanto isso, as Igrejas da própria Europa Ocidental começaram a experimentar, em torno do ano 1500, novas tentativas de reforma que, em alguns casos, levaram a mudanças significativas, mesmo quando procuraram manter a continuidade com o passado histórico cristão, ou pelo menos com aquela porção do passado cristão que elas consideravam determinante para a sua identidade. Assim, o movimento cristão em todo o mundo se viu, após 1453, às voltas com forças irresistíveis de mudança e continuidade em modos novos e contextualmente específicos.

Paulus
2015
P. 620


Dale T. Irvin é Presidente e Professor do departamento de Cristianismo Mundial no Seminário Teológico de Nova York. Filiado a Igrejas Batistas, EUA.









Scott W. Sunquist. Reitor da Escola de estudos interculturais e professor de cristianismo na escola de estudos interculturais




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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.