Barclay
lecionou na Universidade de Glasgow por 28 anos. Ficou conhecido na
Grã-Bretanha por suas transmissões de rádio e televisão, no entanto, seu legado
mais significativo é sua produção escrita.
Barclay se
descreveu como um evangélico liberal. Seu pensamento seguia a linha do
modernismo teológico. Não acreditava no nascimento virginal de Jesus, para ele,
esse ensinamento não pode ser interpretado no sentido literal e físico. Barclay
assumiu a mesma posição em relação aos relatos de milagres na Bíblia. Defendia que
muitos dos milagres de Jesus tinham explicações naturais. Nesse sentido, argumentou
que Jesus não multiplicou literalmente os pães e os peixes. Jesus apenas
motivou o povo reunido a compartilhar sua comida uns com os outros.
Ele ensinou
que Cristo não andou de fato sobre o Mar da Galileia. Apenas, do ponto de vista
dos discípulos, parecia que ele o fez enquanto caminhava nas águas
rasas perto da praia.
Embora o estudioso
tenha racionalizado muitos dos milagres de Jesus, ele vigorosamente argumentou
que não há outra maneira de explicar o sucesso explosivo do cristianismo a não
ser pelo fato de que tal foi o resultado da ressurreição de Cristo do túmulo.
Sobre o
sentido da morte de Jesus na cruz, Barclay negou o ensino da natureza
substitutiva da morte de Jesus. Ou seja, era contra a ideia de que Cristo
tivesse que morrer para expiar os pecados da humanidade. O verdadeiro poder da
morte de Jesus estava em seu exemplo benevolente e altruísta.
Barclay
negou a existência do tormento eterno. A punição do inferno “não deve ser
tomada literalmente”. Para ele ninguém pode se afastar do amor e do cuidado de
Deus.
Sobre a
composição dos evangelhos, ele sustentou que Mateus, Marcos, Lucas e João eram
os verdadeiros autores dos livros que levam seus nomes.
Sobre a relevância
de William Barclay, resta dizer que ele foi um renegado teólogo, e que seus
escritos são valiosos. Foi um importante professor de grego helenístico, conhecia
perfeitamente Aristóteles, Tucídides e Heródoto. Explorava o uso de termos no
Novo Testamento e analisava a interpretação dos “pais da igreja”. Seus estudos
linguísticos são modelos de metodologia de pesquisa em diversos lugares.
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