terça-feira, 1 de julho de 2025

584 - William Barclay (1907-1978), teólogo escocês.

 


Barclay lecionou na Universidade de Glasgow por 28 anos. Ficou conhecido na Grã-Bretanha por suas transmissões de rádio e televisão, no entanto, seu legado mais significativo é sua produção escrita.

Barclay se descreveu como um evangélico liberal. Seu pensamento seguia a linha do modernismo teológico. Não acreditava no nascimento virginal de Jesus, para ele, esse ensinamento não pode ser interpretado no sentido literal e físico. Barclay assumiu a mesma posição em relação aos relatos de milagres na Bíblia. Defendia que muitos dos milagres de Jesus tinham explicações naturais. Nesse sentido, argumentou que Jesus não multiplicou literalmente os pães e os peixes. Jesus apenas motivou o povo reunido a compartilhar sua comida uns com os outros.

Ele ensinou que Cristo não andou de fato sobre o Mar da Galileia. Apenas, do ponto de vista dos discípulos, parecia que ele o fez enquanto caminhava nas águas rasas perto da praia.

Embora o estudioso tenha racionalizado muitos dos milagres de Jesus, ele vigorosamente argumentou que não há outra maneira de explicar o sucesso explosivo do cristianismo a não ser pelo fato de que tal foi o resultado da ressurreição de Cristo do túmulo.

Sobre o sentido da morte de Jesus na cruz, Barclay negou o ensino da natureza substitutiva da morte de Jesus. Ou seja, era contra a ideia de que Cristo tivesse que morrer para expiar os pecados da humanidade. O verdadeiro poder da morte de Jesus estava em seu exemplo benevolente e altruísta.

Barclay negou a existência do tormento eterno. A punição do inferno “não deve ser tomada literalmente”. Para ele ninguém pode se afastar do amor e do cuidado de Deus.

Sobre a composição dos evangelhos, ele sustentou que Mateus, Marcos, Lucas e João eram os verdadeiros autores dos livros que levam seus nomes.

Sobre a relevância de William Barclay, resta dizer que ele foi um renegado teólogo, e que seus escritos são valiosos. Foi um importante professor de grego helenístico, conhecia perfeitamente Aristóteles, Tucídides e Heródoto. Explorava o uso de termos no Novo Testamento e analisava a interpretação dos “pais da igreja”. Seus estudos linguísticos são modelos de metodologia de pesquisa em diversos lugares.


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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.