sábado, 7 de setembro de 2013

80 - LAT 2 - A Libertação do Povo de Deus

Leituras no Antigo Testamento: A Libertação do Povo de Deus

   




Introdução
Vários grupos contribuíram para que se formasse o povo de Israel. Os escritores da Bíblia contam a história como se fosse um só grupo (todos os filhos de Israel) e numa sequência única (patriarcas - Êxodo – deserto de Sinai – conquista de Canaã). É a trajetória simplificada de um processo muito maior que implicou lutas pela liberação em vários lugares. Sem dúvida nenhuma, a luta para sair do Egito foi a mais empolgante, pois é a história do grupo que esteve nas barbas do Faraó e conseguiu escapar.

1 O povo que busca auxílio   
Na Bília encontramos a história do pessoal indo para o Egito a pedir auxílio para o Faraó. Por quê? Por causa da fome (cf. Gn 41.50-42.7). Em períodos de grande seca e carestia, muita gente ia para o Egito, onde esperava encontrar meios para sobreviver. Mais ou menos como hoje se busca as grandes cidades. Num período difícil de se determinar, uma dessas levas se estabeleceu na região de Gessen, no norte do Egito. Talvez ela tivesse sido ajudada por fatores políticos (cf. a História de José). Os egípcios chamavam a esse pessoal de hebreus que, na época, significava gente sem origem definida, desordeiros e até subversivos.

2 O Faraó manda e não pede
Até que dava para ir tocando a vida aí na terra de Gessen, contanto que se obedecesse ao sistema do Faraó. A ocupação mais comum era cuidas das plantações junto ao rio Nilo. Na época das cheias, quando não dava para plantar, o Faraó ocupava a mão de obra para fazer construções públicas ou de interesse: diques, canais, monumentos, pirâmides, armazéns, palácios, etc. tudo funcionava segundo o sistema tributário, isto é, pagando impostos. Grande parte do que era produzido ia para Faraó; aqueles que plantavam e colhiam ficavam mais empobrecidos, e a desigualdade era cada vez maior. Os hebreus não suportavam esse sistema, mas qualquer tentativa de revolta seria desobedecer à religião do Faraó.
Por volta de 1290-1224 a.C., o Faraó era Ramsés II. Ele resolveu construir uma cidade e armazéns aí na região de Gessen, onde trabalhavam os hebreus; era intransigente, e começou a exigir trabalhos cada vez mais forçados. Foi à gota d’água para os hebreus, que não suportavam esse sistema de dominação.

3 Escapando da escravidão
Moisés, um hebreu de nascimento, liderou a revolta contra essa opressão brutal. Educado na corte do farão, não suportou a amargura que seus irmãos enfrentavam. Com Moisés e a união de outros líderes, os hebreus tentaram convencer o Faraó de deixar que saíssem, para buscar nova vida em outros lugares. Mas a mão-de-obra era muito importante para o Faraó terminar suas construções. O opressor nunca concede a liberdade. É preciso lutar para consegui-la. Foi o que os hebreus fizeram: forçaram o Faraó de muitas maneiras e realizaram muitos estragos, até que conseguiram escapar, deixando o Faraó inconformado. Este tentou ainda impedir que os hebreus fossem embora, mas eles conseguiram atravessar águas e pântanos e fugir para o deserto. Parece tão simples, mas sabemos como é difícil escapar das garras do opressor! Essa gente um dia havia chegado aí, empurrada pela carestia e fome. Mas sempre preservou o ideal de vida livre e igualitária. A escravidão despertou neles esse ideal adormecido: lutaram e escaparam. Isso será lembrado de geração em geração como um fato grandioso.

Conclusão
O Egito tinha seus deuses, que mantinham as coisas como o Faraó desejava. Os hebreus não podiam adorar esses deuses, porque não queriam as coisas como estavam. Eles adoravam outro Deus: o Deus dos hebreus (cf. Êx 3.16-20). Ele estava presente e foi o grande vencedor. Nada foi feito sem ele. Realizou coisas maravilhosas, tirando-os da opressão. Tudo foi conseguido com luta, mas essa luta teria dado em nada se o Deus dos hebreus não estendesse seu braço e sua mão forte. Esse Deus é o mesmo que sustentava o ideal de liberdade dos patriarcas. O Deus de Abraão, Isaque e Jacó é o mesmo que o Deus dos hebreus.

Para saber mais:
BALANCIN, Euclides Martins. Historia do Povo de Deus. São Paulo: Paulus, 1989.

GASS, Ildo Bohn (org.). Uma Introdução à Bíblia: Formação do Povo de Deus. São Paulo: Paulus; Cebi, 2002.
RUBENS, Souza. Estudos Bíblicos. São Paulo: Kerygma, 2013.

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.