Batismos e rituais de
água eram bastante comuns em todo o antigo Oriente Próximo. Bandos de “grupos
de batismo” percorriam a Síria e a Palestina iniciando os fiéis em suas ordens
imergindo-os em água. Gentios convertidos ao judaísmo muitas vezes tomavam um
banho cerimonial para livrar-se de sua antiga identidade e entrar na tribo
escolhida. Os judeus reverenciavam a água por suas qualidades liminares,
acreditando que ela tinha o poder de transportar uma pessoa ou objeto de um
estado a outro: do sujo ao limpo, do profano ao sagrado. A Bíblia está repleta
de práticas de ablução: objetos (uma tenda, uma espada) eram aspergidos com
água para serem dedicados ao Senhor, as pessoas (os leprosos, as mulheres
menstruadas) eram totalmente imersas em água como um ato de purificação. Os sacerdotes
do Templo de Jerusalém derramavam água em suas mãos antes de se aproximarem do
altar para fazer sacrifícios. O sumo sacerdote passava por uma imersão ritual
antes de entrar no Santo dos Santos no Dia da Expiação (Yom Kippur), e por
outra imediatamente depois de tomar sobre si os pecados da nação. Os essênios também
praticavam um ritual de iniciação com água único, uma espécie de batismo, que
era usado para receber novos recrutas em sua comunidade.
Josefo afirma que o
batismo de João “não era para a remissão dos pecados, mas para a purificação do
corpo”. Isso faria do ritual mais um rito de iniciação, um meio de entrar em
sua ordem ou seita (João pode ter sido um essênio).
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