A Mesopotâmia pertencia a
uma região localizada no Oriente Médio (predominantemente no atual Iraque)
entre dois importantes rios: Tigre e Eufrates. Suas condições naturais,
principalmente por causa da fertilidade do solo, permitiram que pequenas
aldeias fossem formadas em seu território.
A palavra “Mesopotâmia”
tem origem no idioma grego e significa “terra entre rios” em
uma menção direta à importância dos rios para aquela região.
Diversos povos habitaram
a Mesopotâmia durante a Antiguidade, entre eles, destacam-se os sumérios, amoritas, assírios e caldeus.
Os primeiros povos que se
estabeleceram na região de maneira sedentária foram os sumérios. As
primeiras cidades da Mesopotâmia foram fundadas por eles e acredita-se que os
sumérios tenham chegado ao local por volta de 5000 a.C. Algumas das importantes
cidades construídas pelos sumérios foram Ur, Uruk e Nipur.
As cidades sumérias eram consideradas cidades-estado, ou seja, possuíam
organização independente uma das outras.
Por volta de 3000 a.C.
surge a primeira forma de escrever - a escrita cuneiforme - a qual tem origem
na antiga Mesopotâmia com os sumérios.
A escrita cuneiforme é
uma forma de escrita pictográfica (representação por desenhos), que caracteriza
o tipo de escrita feita com objetos em formato de cunha, por isso ser assim
chamada. Era representada por cerca de 2000 símbolos, escritos da direita para
a esquerda.
Durante três mil anos a
escrita cuneiforme foi utilizada por cerca de quinze diferentes línguas,
incluindo o sumério, o sírio e o persa e enquanto ela se expandia pelo Oriente
Médio, outras formas de escrita eram desenvolvidas no Egito e na China.
Ishtar
Os sumérios eram
politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses. Era grande o
culto especialmente à Ishtar - a deusa da fertilidade -, a qual
representa as forças da natureza e cujo símbolo é uma estrela de cinco pontas.
O domínio dos sumérios na
Mesopotâmia encerrou-se com a chegada dos acádios, que conquistaram as cidades
da região e fundaram o Império Acádio sob o rei Sargão I.
Naram-Sin
Estela do rei Naram-Sin, filho
de Sargão, reinou de 2255 a.C. a 2218 a.C. Depois de Naram-Sin, o poder da Acádia
decaiu.
O império dos
acádios foi substituído pelos amoritas como povo predominante na Mesopotâmia.
Os amoritas, também
conhecidos como babilônios, instalaram-se na região por volta de 2000
a.C., ocuparam a cidade da Babilônia e transformaram-na em um grande
centro urbano e comercial da Mesopotâmia.
O estabelecimento amorita
na Babilônia levou à formação do Primeiro Império Babilônico. Os amoritas
sofreram forte influência dos sumérios e tiveram como rei mais importante Hamurábi
(sexto rei sumério, considerado fundador do I Império Babilônico). Hamurábi foi
responsável pelo desenvolvimento de um código agrupando antigas leis
mesopotâmicas que ficou conhecido Código de Hamurábi, criado por volta de 1780
a.C.
Esse código também
conhecido como Lei de Talião, tem como lema “olho por olho, dente por
dente”, aquele que cometesse um delito tinha como pena uma punição proporcional
ao dano que havia causado.
O Código de Hamurabi foi
talhado numa grande rocha de diorito de 2,25 metros de altura, 1,60 metros de
circunferência na parte superior e 1,90 metros na base. Foi formado por 282 leis
da antiga Babilônia dispostas em 46 colunas com cerca de 3600 linhas em escrita
cuneiforme acádia.
A estela foi encontrada por
arqueólogos franceses no início do século XX, na cidade de Susa, Irã, e
traduzido para diversas línguas. Atualmente, o original
está no Museu do Louvre, em Paris.
O reino dos amoritas
enfraqueceu-se depois da morte de Hamurábi e foi sucedido, pelos assírios.
Os assírios formaram uma sociedade extremamente militarizada a partir
do final do segundo milênio a.C. e iniciaram um processo de expansão e
conquista a Mesopotâmia por volta de 1200 a.C. Eles conquistaram toda a
Mesopotâmia, além da Palestina, do Egito e parte da Pérsia.
Os assírios eram guerreiros
temíveis, utilizavam técnicas violentas em combates. Os povos conquistados,
além de serem governados de maneira tirânica, eram obrigados a pagar pesados
tributos.
Imagem assíria feita em pedra retratando o rei
Assurbanípal II.
O rei mais importante dos
assírios foi Assurbanipal, que ficou conhecido por ser um apreciador da
erudição e por mandar construir a Biblioteca de Nínive (principal
cidade da Assíria). Essa biblioteca reunia milhares de textos em escrita
cuneiforme sobre diversos assuntos, e grande parte do que se conhece sobre a
Mesopotâmia hoje é por causa da Biblioteca de Nínive.
Lamassu; Escultura em Calcário; Ninrud, perto de
Mossul (atual Iraque).
O enfraquecimento dos
assírios permitiu aos caldeus conquistar a Mesopotâmia e fundar
o Segundo Império Babilônico em 612 a.C. O império formado por esse
povo foi breve e teve com o principal rei Nabucodonosor, responsável por
reconquistar a Palestina e toda a Mesopotâmia.
Nabucodonosor
O império dos caldeus foi
o último desenvolvido por um povo mesopotâmico. Seu domínio foi enfraquecido
após a morte de Nabucodonosor e, por isso, eles foram conquistados pelos persas,
liderados por Ciro II em 539 a.C. Os persas eram um povo originário
da Pérsia, região do atual Irã.
O Cilindro de Ciro é um cilindro de barro
que, claro registra um importante decreto de Ciro II. Primeira Declaração dos
Direitos Humanos, contêm uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro II
depois de sua conquista da Babilônia em 539 AC. Foi descoberto em 1879 e a ONU
o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais.
Mesmo tendo amplo domínio
do território mesopotâmico, os persas queriam conquistar a Grécia por completo.
Dário I tentou uma investida contra os gregos, mas foi derrotado em Atenas.
Paralelamente, inúmeras guerras civis foram surgindo nas províncias dominadas,
contribuindo para o declínio de civilização persa.
Depois de Dário I, Xerxes
I e seu filho Artaxerxes tentaram conquistar novamente a Grécia, mas foram
impedidos. Em 332 a.C. Alexandre, o Grande, imperador da Macedônia que já
havia tomado a Grécia, aproveitou o momento de fraqueza dos inimigos persas e empreendeu
uma grande batalha para dominar todo o território outrora conquistado por eles,
suscitando no fim da hegemonia persa no Oriente Médio.
Os persas acreditavam em
vários deuses, mas com o tempo o Zoroastrismo prevaleceria. O
zoroastrismo era uma religião dualista, pois via a representação do bem em
Ormuz e a representação do mal em Arimã. Para eles, quando os dois deuses se
enfrentarem haverá um Juízo Final, onde todos os homens serão julgados por seus
atos.
Referência:
Referência:
LÉVÊQUE, Pierre. As
Primeiras Civilizações: da Idade da Pedra aos Povos Semitas. Portugal: Edições
70, 2009.
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