TABULETA DE ARGILA. ENCONTRADA: Babilônia, Iraque. CULTURA: Babilônia tardia. DATA: ca. 350–50 a.C. IDIOMA: Acadiano.
Desenvolvida pela primeira vez por volta de 3200 a.C. por
escribas sumérios na antiga cidade-estado de Uruk, no atual Iraque, como um
meio de registrar transações, a escrita cuneiforme foi criada usando um
estilete de junco para fazer entalhes em forma de cunha em tábuas de argila.
Escribas posteriores também cinzelariam a escrita cuneiforme em uma variedade
de objetos de pedra. Diferentes combinações dessas marcas representavam
sílabas, que por sua vez podiam ser colocadas juntas para formar palavras. A escrita
cuneiforme como uma tradição de escrita robusta durou 3.000 anos. A escrita —
não uma língua em si — foi usada por escribas de várias culturas ao longo desse
tempo para escrever uma série de línguas além do sumério, mais notavelmente o
acadiano, uma língua semítica que era a língua franca dos impérios assírio e
babilônico.
Depois que a escrita cuneiforme foi substituída pela escrita alfabética
algum tempo depois do primeiro século d.C., as centenas de milhares de
tábuas de argila e outros objetos inscritos ficaram sem leitura por quase 2.000
anos. Foi somente no início do século XIX, quando os arqueólogos começaram a
escavar as tábuas, que os estudiosos puderam começar a tentar entender esses
textos. Uma importante chave inicial para decifrar a escrita provou ser a
descoberta de um tipo de Pedra de Roseta cuneiforme, uma inscrição trilíngue de
cerca de 500 a.C. no local do Passo Bisitun no Irã. Escrita em persa,
acadiano e uma língua iraniana conhecida como elamita, ela registrava os feitos
do rei aquemênida Dario, o Grande (r. 521–486 a.C.). Ao decifrar palavras
repetitivas como "Dário" e "rei" em persa, os estudiosos
conseguiram lentamente juntar as peças de como a escrita cuneiforme funcionava.
Chamados de assiriólogos, esses especialistas conseguiram traduzir diferentes
idiomas escritos em escrita cuneiforme ao longo de muitas épocas, embora
algumas versões iniciais da escrita permaneçam indecifradas.
Hoje, a capacidade de ler cuneiforme é a chave para entender todos os
tipos de atividades culturais no antigo Oriente Próximo — desde determinar o
que era conhecido sobre o cosmos e seu funcionamento, até as vidas augustas dos
reis assírios, até os segredos de fazer um ensopado babilônico. Dos estimados
meio milhão de objetos cuneiformes que foram escavados, muitos ainda precisam
ser catalogados e traduzidos.
ESTÁTUA DE ESCRIBA. ENCONTRADA: Lagash, Iraque. CULTURA: Suméria. DATA: ca. 2400 a.C. IDIOMA: Sumério.
Uma inscrição trilíngue descoberta na Passagem de Bisitun, no Irã, foi uma das primeiras chaves para decifrar a escrita cuneiforme.