Acaba de ser lançado um novo livro sobre o Jesus Histórico
Reza Aslan, 41 anos, autor norte americano
de origem iraniano, escreveu o livro “Zelota: a vida e a época de Jesus de
Nazaré” (tradução de Marlene Suano, Zahar). Dez dias após ser lançado o livro
se tornou um best-seller nos EUA. Acredito que uma das razões para o sucesso do
livro seja o fato de Reza Aslan ser muçulmano. Já li vários livros sobre investigações
entorno do Jesus Histórico, e o resultado é sempre o mesmo, um “Jesus” segundo
a imagem e semelhança do autor. Os livros sobre Jesus sempre gera repercussão. No
mês de agosto a revista Época publicou um artigo sobre o livro de Aslan escrito
pelo repórter Rodrigo Turrer. No artigo Turrer observa que as teses de Aslan reacenderam uma acalorada discussão
acadêmica acerca de Jesus. “Há décadas, duas vertentes do estudo de sua vida se
digladiam. Uma delas tenta desvendar o Jesus
histórico: quem foi Jesus de Nazaré, antes de ele se transformar no Filho
de Deus, cultuado pelos cristãos. A outra está mais interessada no Cristo da fé, o Jesus da religião”.
Agora foi à vez da Folha de São Paulo
(Domingo, 24 de novembro de 2013, ilustríssima), anunciou a publicação do livro
no Brasil através de um belo artigo escrito pelo jornalista Reinaldo José
Lopes, que além de comentar o livro de Aslan, também citou outras obras que
garantiram polêmica e publicidade no Brasil, por exemplo, as obras do irlandês
John Dominic Crossan, e do norte-americano John P. Meier.
Agora nos resta ler o livro para sabermos se
realmente merece toda repercussão que esta tendo.
Aslan, mestre em teologia na Universidade
Harvard e doutorado em história das religiões na Universidade da Califórnia.
Trecho do artigo
publicado na Revista Época (23/08/2013).
Eis a tese
defendida por Aslan no livro: Jesus, ao contrário do que prega a Igreja
Católica, não foi um pacifista que, diante da violência, “oferecia a outra
face” e amava os inimigos. Segundo Aslan, Jesus foi um revolucionário, cujo
objetivo principal era expulsar os romanos da Judeia, criar um reino de Deus na
Terra e assumir seu trono. Ele recupera com novas cores uma antiga versão de
cristianismo – em voga nos anos 1960 graças à Teologia da Libertação, que
misturava cristianismo com marxismo. Era um Jesus mais para Che Guevara do que
para Madre Teresa de Calcutá. “Ele era um zelote revolucionário, que atravessou
a Galileia reunindo um exército de discípulos para fazer chover a ira de Deus
sobre os ricos, os fortes e os poderosos”, escreve Aslan no começo de seu
livro. Zelote é uma palavra derivada do aramaico. Significa “Alguém que zela
pelo nome de Deus”. Outra possível tradução para o termo é fervoroso, ou mesmo
fanático. Sua origem está ligada ao movimento político judaico que defendia a
rebelião do povo da Judeia contra o Império Romano. Os zelotes pretendiam
expulsar os romanos pela força.
Artigo na íntegra: Época
Trecho do
artigo publicado na Folha de São Paulo (Domingo, 24 de novembro de 2013,
ilustríssima).
O principal objetivo do profeta de Nazaré, fomentar a vinda
do "Reino de Deus", equivalia a um programa político (e
revolucionário), que envolvia a expulsão dos romanos da Palestina e a recriação
da antiga e gloriosa monarquia israelita, com o próprio Jesus no trono, sob as
bênçãos de Deus.
Daí o nome do livro: zelota (do grego "zelotes") é
como os autores bíblicos denominavam os judeus especialmente zelosos das
prerrogativas religiosas do Deus de Israel -uma divindade que, ao menos no
Antigo Testamento, era capaz de uma aterrorizante fúria militar contra os
inimigos dos israelitas. Mais tarde, o termo seria usado para designar uma
seita revolucionária judaica.
"Vamos colocar a coisa da seguinte forma: há aqueles que
acham que Jesus era total e absolutamente único, diferente de todos os judeus
do seu tempo. E há os que acham que, embora ele fosse extraordinário e inovador,
ainda assim seu pensamento tinha muito em comum com o de outros judeus. Eu faço
parte desse segundo grupo", explicou Aslan, à Folha, em entrevista por
telefone.
"Os demais judeus do século 1º d.C. acreditavam que o
Messias era um descendente do rei Davi cujo trabalho seria derrotar os inimigos
de Israel e implantar o Reino de Deus na Terra. Acredito que essa era a visão
que Jesus tinha sobre si mesmo."
Artigo na íntegra: Folha de São Paulo
Esse livro é de um absurdo sem fim. O autor afirma por reiteradas vezes que os evangelhos foram construídos para esconder o teor político de Jesus, que na visão dele, seria um rebelde querendo julgar os judeus do julgo romano. Mas ele usa os versículos da bíblia em diversos momentos pra justificar suas ideias. Ou seja, quando o versículo remotamente afirma o que ele argumenta, ele o utiliza mas quando o trecho bíblico vai contra sua argumentação ele diz que foi a narrativa foi forjada. Além de retirar os trechos da bíblia de seu contexto original. Desculpe, mas esse autor é um grande oportunista.
ResponderExcluir