terça-feira, 25 de abril de 2017

383 - O Imaginário do Além-Mundo na Apocalíptica e na Literatura Visionária Medieval. Paulo Augusto de Souza Nogueira.


Resumo

Esse livro está organizado em três partes. A primeira, intitulada narrativas e enredos apocalípticos sobre o além-mundo e o além-morte, nos oferece um marco histórico-religioso em que essas ideias do imaginário cristão sobre o além-mundo se formaram. Ainda que muitas sociedades na Antiguidade tenham narrativas sofisticadas sobre o além-mundo, buscamos mostrar suas origens e estrutura na literatura bíblica, desde os textos da Bíblia Hebraica, até a apocalíptica judaica e os Manuscritos do Mar Morto. Também apresentamos o desenvolvimento do tema nos primeiros escritos do Cristianismo Primitivo. O fato dessa sessão se iniciar com um capítulo sobre o Apocalipse de Paulo, uma fonte relativamente tardia em relação aos textos bíblicos, pretende sugerir que ele representa um primeiro estágio em que a narrativa sobre o mundo do além está formada: ele representa o elo entre a tradição bíblica, apócrifa e os relatos visionários medievais sobre o além-mundo. Ele ajudará a perceber como os distintos textos e tradições analisados colaborarão em sua formação, mas, além disso, também permitirá ver como as tradições antigas foram integradas nessa nova narrativa pelo leitor da antiguidade tardia. Na segunda parte do livro, intitulada Visionários e visões medievais do além-mundo, apresentamos capítulos que exploram os textos dos visionários medievais e suas descrições do mundo do além. Nossa perspectiva é explorar esse estrato intermediário da sociedade medieval, suas práticas religiosas, seu universo de crenças por meio de sua mitologia, que cremos estar representada nesses relatos. Veremos como elementos de um cristianismo oral, e depois letrado sem ser erudito, são assimilados em diferentes culturas europeias, promovendo recepção e transformação criativa dos elementos bíblicos antigos. Por fim, na terceira parte do livro, Apropriações e recriações do além-mundo na literatura, oferecemos ao leitor pontes como o nosso mundo por meio da análise de como essa estrutura mítica sobrevive na literatura. Seja na literatura alegórica cristã, seja na literatura Latino-Americana, os temas e enredos dos relatos sobre o além-mundo se mostram quadros apropriados para falar sobre o presente, sobre as tensões sociais, e nos permite compreender como o mundo dos mortos lança luz sobre o mundo dos vivos em todas as suas tensões e ambiguidades.
fonte: Fapesp

p. 407

Fapesp / Editora Umesp

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.