Toda interpretação de um texto é
comandada pela pergunta que se lhe faz, pela maneira como se interroga este
texto. Se não lhe perguntarmos nada, os textos ficam mudos. Em outras palavras,
toda interpretação supõe uma “revelação viva” do interprete à “coisa” que
procura descobrir. Uma espécie de convivência com ela. Essa relação pode,
aliás, ser de natureza muito diversa: determinada pela natureza manifesta do
documento ou por certos interesses que tem o próprio intérprete. O interesse
pode, por sua vez, se situar de maneira mais ou menos profunda na existência do
pesquisador.
Pode-se, pois, dizer que não há exegese
sem “pressuposição”. Dever-se-á distinguir energicamente “pressuposição de “preconceito”.
A pressuposição de que se fala aqui consiste antes na arte de um justo equilíbrio
de sua finalidade em função da realidade visada e principalmente da abertura
ativa que se pode implicar da parte do que a procura atingir.
O relacionamento vivo com a realidade em
questão num determinado texto é particularmente necessário quando se trata da
Bíblia. Aquilo de que fala a Bíblia interessa ao leitor com maior intensidade. Não
se trata apenas de uma verdade qualquer, mas de um tipo de verdade que pretende
iluminar toda a vida.
Prof. David Rubens
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