terça-feira, 12 de julho de 2016

334 - Coleção: Palimpsesto. João Leonel; José Luiz Izidoro; Júlio Zabatiero; Valtair Afonso Miranda.


Mateus, o evangelho
João Leonel

Entre as várias riquezas que leitora e leitor encontrarão neste trabalho, salientamos três. A primeira delas é a abrangência bibliográfica. Leonel é um ávido leitor, obstinado mesmo por Mateus. Termina-se a leitura com a sensação de um amplo voo, com questões e soluções que antes apenas suspeitávamos, com o olhar e sensibilidade mais aguçados. O segundo ponto a ser destacado é o cuidado e atenção com que Leonel aborda a literatura sobre Mateus produzida mais perto dele, e de nós, seus primeiros leitores. Nosso autor se sabe brasileiro e latino-americano. E sabe o quanto o chão que se pisa permite e condiciona o olhar e a leitura. Os últimos capítulos da obra apresentam aquilo que caracteriza as opções teóricas de Leonel, na forma de cuidadosos exercícios e indicações. Aqui falam alto tanto o pesquisador como o professor, na busca de esclarecer quem terá sido, do ponto de vista técnico, o contador de histórias que a tradição convencionou nomear como Mateus. Chega-se ao final da leitura com a sensação de que o Evangelho segundo Mateus se nos aparece mais luminoso, agudo e instigante. Ficamos agradecidos a Leonel por nos ajudar competentemente numa aproximação mais atenta e cuidadosa a este evangelho forjador de tanta história nos últimos dezenove séculos. Síntese ampla do que tem sido dito, abertura a novas possibilidades de leitura, eis o que nos agradaremos em encontrar nas páginas que se seguem.
Paulus
Pg. 160
13x21



Identidades e fronteiras étnicas no cristianismo da Galácia
José Luiz Izidoro

O autor se propõe a examinar a Carta aos Gálatas, como um esboço sobre o início do movimento cristão na perspectiva das culturas, das religiões, das etnias e das sociedades, em sua dinâmica de fluidez, diferenciação e interação, no que concerne à formação de identidades cristãs no interior do cristianismo paulino. Ao analisar trechos de Gálatas, identifica componentes teológicos e socioantropológicos que subjazem aos conflitos e tensões presentes nas Igrejas da Galácia. Nesses trechos, Paulo indicaria um novo ethos que se sustenta nas orientações éticas e teológicas cristãs, segundo as quais a unidade em Cristo Jesus se dá apesar das diferenças religiosas, étnicas e socioculturais. Isso gerou alternativas de relevância para que judeus, gentios, mulheres, homens, escravos e livres fossem inseridos no processo de formação das identidades.
Paulus
Pg. 176



Bíblia, literatura e linguagem
Júlio Paulo Tavares Zabatiero / João Leonel

Este é um livro que atrai: bem escrito, com o tema atual das aproximações teóricas entre os estudos bíblicos e os da linguagem, e pleno de análises bem-sucedidas. Nele estão reunidas as qualidades do trabalho acadêmico sério e erudito, ao mesmo tempo criativo, inovador e de leitura agradável. Dirige-se tanto aos estudiosos de teologia e ciências da religião quanto àqueles que se dedicam aos estudos literários, linguísticos e discursivos. E o faz com a segurança do conhecimento amadurecido nesses dois grandes campos do saber. A interdisciplinaridade alia pontos importantes das áreas relacionadas e confere criatividade ao tratamento do discurso religioso, com escrita e análises claras e atraentes. O estudo tematiza a leitura da Bíblia em diálogo com a teoria semiótica de Algirdas Julien Greimas, linguista lituano de origem russa, representando um esforço para ir além dos modos de ler o Livro Sagrado predominantes na modernidade e estabelecendo diálogo com a teoria literária e a teologia.
Pg. 240



Uma história cultural de Israel
Júlio Paulo Tavares Zabatiero

Uma história cultural de Israel oferece uma abordagem inovadora nos estudos historiográficos do antigo Israel. Utilizando-se de elementos teóricos da história cultural francesa e da pesquisa sobre as identidades, o livro relata os processos, mecanismos e conflitos na construção e transformação da identidade do antigo Israel, desde suas origens até o final do século I d.C. Além dos processos identitários, seu foco recai sobre os modos de organização sociopolítica e suas justificações teológicas no testemunho das Escrituras judaico-israelitas. Incorpora, ainda, em suas discussões, os debates mais recentes na pesquisa histórica sobre o antigo Israel, posicionando-se a respeito dos principais temas em debate na atualidade.
Pg. 296



O caminho do cordeiro Representação e construção de identidade no Apocalipse de João
Valtair Afonso Miranda

No primeiro capítulo deste livro, o autor se deterá em questões de suporte para o restante da obra. O texto do Apocalipse será relacionado à situação histórico-social das comunidades destinatárias, e questões como o papel da literatura na construção do mundo e na formação da identidade sectária também serão discutidas no capítulo inicial. O seguinte girará em torno da análise específica do episódio do Cordeiro e os 144 mil homens sobre o Monte Sião, concentrando esforços na compreensão de Apocalipse 14,1-5, com o auxílio de instrumentos de análise sincrônica, para entender a rede de tradições e intertextos presentes na passagem. Os dois momentos finais discutirão os elementos de identidade apontados no episódio de Apocalipse 14,1-5 e aplicados no Apocalipse como um todo, tanto a identidade relacionada com o contexto litúrgico quanto a identidade sectária que se manifestaria no cotidiano das relações com a sociedade e com outros grupos religiosos. Título inaugural da coleção “Palimpsesto”.
Pg. 200

Sinopse da Editora Paulus

David Rubens


Nenhum comentário:

Postar um comentário


Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.