João
Leonel
Entre as várias riquezas
que leitora e leitor encontrarão neste trabalho, salientamos três. A primeira
delas é a abrangência bibliográfica. Leonel é um ávido leitor, obstinado mesmo
por Mateus. Termina-se a leitura com a sensação de um amplo voo, com questões e
soluções que antes apenas suspeitávamos, com o olhar e sensibilidade mais
aguçados. O segundo ponto a ser destacado é o cuidado e atenção com que Leonel
aborda a literatura sobre Mateus produzida mais perto dele, e de nós, seus
primeiros leitores. Nosso autor se sabe brasileiro e latino-americano. E sabe o
quanto o chão que se pisa permite e condiciona o olhar e a leitura. Os últimos
capítulos da obra apresentam aquilo que caracteriza as opções teóricas de
Leonel, na forma de cuidadosos exercícios e indicações. Aqui falam alto tanto o
pesquisador como o professor, na busca de esclarecer quem terá sido, do ponto
de vista técnico, o contador de histórias que a tradição convencionou nomear
como Mateus. Chega-se ao final da leitura com a sensação de que o Evangelho
segundo Mateus se nos aparece mais luminoso, agudo e instigante. Ficamos
agradecidos a Leonel por nos ajudar competentemente numa aproximação mais
atenta e cuidadosa a este evangelho forjador de tanta história nos últimos
dezenove séculos. Síntese ampla do que tem sido dito, abertura a novas
possibilidades de leitura, eis o que nos agradaremos em encontrar nas páginas
que se seguem.
Paulus
Pg.
160
13x21
José
Luiz Izidoro
O autor se propõe a
examinar a Carta aos Gálatas, como um esboço sobre o início do movimento
cristão na perspectiva das culturas, das religiões, das etnias e das
sociedades, em sua dinâmica de fluidez, diferenciação e interação, no que
concerne à formação de identidades cristãs no interior do cristianismo paulino.
Ao analisar trechos de Gálatas, identifica componentes teológicos e
socioantropológicos que subjazem aos conflitos e tensões presentes nas Igrejas
da Galácia. Nesses trechos, Paulo indicaria um novo ethos que se sustenta nas
orientações éticas e teológicas cristãs, segundo as quais a unidade em Cristo
Jesus se dá apesar das diferenças religiosas, étnicas e socioculturais. Isso
gerou alternativas de relevância para que judeus, gentios, mulheres, homens,
escravos e livres fossem inseridos no processo de formação das identidades.
Paulus
Pg.
176
Júlio
Paulo Tavares Zabatiero / João Leonel
Este é um livro que
atrai: bem escrito, com o tema atual das aproximações teóricas entre os estudos
bíblicos e os da linguagem, e pleno de análises bem-sucedidas. Nele estão
reunidas as qualidades do trabalho acadêmico sério e erudito, ao mesmo tempo
criativo, inovador e de leitura agradável. Dirige-se tanto aos estudiosos de
teologia e ciências da religião quanto àqueles que se dedicam aos estudos literários,
linguísticos e discursivos. E o faz com a segurança do conhecimento amadurecido
nesses dois grandes campos do saber. A interdisciplinaridade alia pontos
importantes das áreas relacionadas e confere criatividade ao tratamento do
discurso religioso, com escrita e análises claras e atraentes. O estudo
tematiza a leitura da Bíblia em diálogo com a teoria semiótica de Algirdas
Julien Greimas, linguista lituano de origem russa, representando um esforço
para ir além dos modos de ler o Livro Sagrado predominantes na modernidade e
estabelecendo diálogo com a teoria literária e a teologia.
Pg.
240
Júlio
Paulo Tavares Zabatiero
Uma história cultural de
Israel oferece uma abordagem inovadora nos estudos historiográficos do antigo
Israel. Utilizando-se de elementos teóricos da história cultural francesa e da
pesquisa sobre as identidades, o livro relata os processos, mecanismos e
conflitos na construção e transformação da identidade do antigo Israel, desde
suas origens até o final do século I d.C. Além dos processos identitários, seu
foco recai sobre os modos de organização sociopolítica e suas justificações teológicas
no testemunho das Escrituras judaico-israelitas. Incorpora, ainda, em suas
discussões, os debates mais recentes na pesquisa histórica sobre o antigo
Israel, posicionando-se a respeito dos principais temas em debate na
atualidade.
Pg.
296
Valtair
Afonso Miranda
No primeiro capítulo
deste livro, o autor se deterá em questões de suporte para o restante da obra.
O texto do Apocalipse será relacionado à situação histórico-social das
comunidades destinatárias, e questões como o papel da literatura na construção
do mundo e na formação da identidade sectária também serão discutidas no
capítulo inicial. O seguinte girará em torno da análise específica do episódio
do Cordeiro e os 144 mil homens sobre o Monte Sião, concentrando esforços na
compreensão de Apocalipse 14,1-5, com o auxílio de instrumentos de análise
sincrônica, para entender a rede de tradições e intertextos presentes na
passagem. Os dois momentos finais discutirão os elementos de identidade
apontados no episódio de Apocalipse 14,1-5 e aplicados no Apocalipse como um
todo, tanto a identidade relacionada com o contexto litúrgico quanto a
identidade sectária que se manifestaria no cotidiano das relações com a
sociedade e com outros grupos religiosos. Título inaugural da coleção
“Palimpsesto”.
Pg.
200
Sinopse
da Editora Paulus
Fonte: Editora Paulus
David Rubens
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