Eles vêm para abençoar
aqueles que mais sofrem com o novo coronavírus. E então, cada vez mais, os
padres da Itália morrem.
A diocese de Bergamo,
nordeste de Milão, parece ter sido a mais devastada pelo “assassino furtivo”,
coronavírus. Vários padres já morreram de COVID-19, informou o jornal católico
Avvenire na quinta-feira.
As mortes, sejam de
padres ou de membros de suas comunidades, são “tão numerosas que é difícil
contar”, escreveu o jornal.
Como os médicos, os
padres da Itália entram em contato com os casos mais graves da doença.
E, como médicos, sabe-se que
os padres se reúnem em locais próximos, criando as condições perfeitas para o
contágio. Pelo menos 18 padres morreram essa semana.
“Vestindo uma máscara, um
boné, luvas, uma túnica e óculos de proteção, os padres andam pelos corredores
como zumbis”, disse o padre Claudio del Monte à agência de notícias italiana
Adnkronos.
Del Monte tem uma
paróquia em Bergamo, uma cidade murada e montanhosa de 120.000 habitantes, com
torres quadradas e telhados inclinados de terracota, familiares aos turistas de
muitas cidades italianas.
Sua província é agora a
mais afetada da Itália. Com 4.634 infecções na sexta-feira, a província
acumulou 11% de todos os casos da Itália.
A sua população é
responsável por 0,2% do total da Itália.
Bergamo tem tantos
mortos, que camiões do exército tiveram que entregar suprimentos de caixões de
madeira recém-fabricados na quinta-feira e as casas mortuárias não conseguem
dar conta de todos os corpos.
David Rubens de Souza
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