sábado, 21 de março de 2020

494 - O Papa Francisco sobre a pandemia: diante de Deus todos nós somos filhos, sairemos dela juntos,




Com penitência, compaixão e esperança. E humildade, porque muitas vezes esquecemos que na vida existem “áreas escuras”, os momentos escuros. Pensamos que eles só podem ocorrer a outras pessoas. Em vez disso, desta vez está escuro para todos, ninguém excluído. É marcado pela dor e pelas sombras que entraram na nossa casa. É uma situação diferente daquelas que vivemos. Também porque ninguém se pode dar ao luxo de estar tranquilo, todos partilham estes dias difíceis.
 Não podemos fazer distinções "entre crentes e não-crentes". Somos todos humanos e, como homens, estamos todos no mesmo barco. E nenhuma coisa humana deve ser estranha para um cristão. Aqui choramos porque sofremos. Todos nós. Há em comum a humanidade e o sofrimento. Ajuda-nos a sinergia, a colaboração mútua, o senso de responsabilidade e o espírito de sacrifício que é gerado em tantos lugares. Não devemos fazer diferença entre crentes e não-crentes, vamos à raiz: a humanidade. Diante de Deus somos todos filhos.

Francisco falou então da solidão daqueles que morrem sem o conforto de seus familiares:
“Nestes dias, contaram-me uma história que me tocou e me entristeceu, também porque representa o que está ocorrendo nos hospitais. Uma senhora idosa compreendeu que estava morrendo e queria despedir-se dos seus entes queridos: a enfermeira pegou o celular e fez uma videochamada para a neta, assim a senhora idosa viu o rosto da neta e pôde partir com este consolo. É necessidade última ter uma mão que segura a sua mão, necessidade de um gesto final de companhia. E muitas enfermeiras e enfermeiros acompanham este desejo extremo com os ouvidos, escutando a dor da solidão, segurando a mão. A dor daqueles que partiram sem se despedir torna-se uma ferida no coração daqueles que ficaram. Agradeço a todos estes enfermeiros e enfermeiras, médicos e voluntários que, apesar do cansaço extraordinário, se inclinam com paciência e bondade de coração, para suprir a ausência obrigada dos familiares”.
Falando das consequências para o nosso futuro, o Papa disse que o que está acontecendo servirá para “lembrar aos homens de uma vez por todas que a humanidade é uma única comunidade”. E como é importante, decisiva, a fraternidade universal. Devemos pensar que será um pouco, um pós-guerra. Não haverá mais “o outro”, mas seremos “nós”. Porque nós só podemos sair desta situação juntos. Devemos olhar ainda mais para as raízes: os avós, os idosos. Construir uma verdadeira fraternidade entre nós. Recordar esta experiência difícil que todos nós vivemos juntos. E seguir em frente com esperança, que nunca decepciona. Estas serão as palavras-chave para recomeçar: raízes, memória, fraternidade e esperança”.

Fonte: vaticannews.va/pt/papa/news/2020-03/o-papa-sobre-a-pandemia-diante-de-deus-todos-somos-filhos.html

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.