Os evangelhos sinóticos
relatam que Jesus foi crucificado na terceira hora do dia, isto é, às nove horas
da manhã, junto com outros dois condenados judeus numa colina chamada “a
caveira”, ou Gólgota em aramaico. Segundo João, a crucificação ocorreu três
horas mais tarde, ao meio dia, a sexta hora. É importante dizer que a noite
judaica transcorre de seis da tarde às seis da manhã, e o dia de seis da manhã
às seis da tarde.
Sobre a referência a darem-lhe
vinho com mirra ou vinagre, decorre mais provavelmente do desejo dos
evangelistas de verem mais um cumprimento da Escritura, Sl 69.21.
A cruz de Jesus ostenta
uma inscrição ou título, composto pelo próprio Pilatos, dando o motivo da execução.
Nenhum dos quatro evangelhos concordam plenamente com outro ao registrar o
curto texto da inscrição. O mais breve é Marcos, “O Rei dos judeus”, e a versão
mais longa é a do Quarto Evangelho, “Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus”, com a
observação acrescentada por João de que a inscrição fora redigida em aramaico,
latim e grego. Geza Vermes diz que João observa que os chefes dos sacerdotes pediram
a Pilatos para corrigir o texto, fazendo-o dizer: “Este homem disse: ‘Eu sou o
rei dos judeus’”. Contudo, receberam uma resposta sumário do governador: “O que
escrevi, escrevi”. Com isto, a delegação judaica desapareceu da história de
João.
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