sexta-feira, 10 de abril de 2020

505 - As narrações da morte de Jesus.


Jesus anunciou sua morte com muita insistência. Jesus não anunciou sua morte como um acidente ou uma desgraça, como uma fatalidade ou uma consequência inevitável da sua atuação. De certo modo, ele podia ter evitado o conflito com as autoridades. Podia não ter ido a Jerusalém na hora do maior perigo. Seria muito fácil buscar refúgio numa região vizinha, ou simplesmente na Galileia, até acalmar a tempestade. Tudo sucedeu como se, uma vez consciente do seu destino, Jesus tivesse resolvido precipitar o desfecho final. Foi a Jerusalém literalmente para se entregar. Os discípulos sabiam, Jo 2.7-8, e procuraram evitar o perigo. Foi inútil.
Aprendi com José Comblin que Jesus anteviu a sua morte como uma parte, como a parte principal da sua missão. Uma vez plantada a semente, para que esperar mais? Como o dizia a Judas: “O que pretendes fazer, faze-o logo”, Jo 13.27.
As narrações da morte de Jesus foram produzidas no contexto das reuniões nas quais os discípulos evocavam a memória de Jesus como ele mesmo o tinha ordenado. Os próprios apóstolos confessavam que fugiram. Portanto, não houve testemunhas dignas de confiança assistindo aos acontecimentos. A narração foi uma dramatização criada pelas comunidades.

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.