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O Jesus real: é o homem Jesus de Nazaré, o Jesus da
história, que viveu na Galiléia na primeira metade do I séc. Pelo que podemos reconstruir,
era filho de José o carpinteiro e de Maria, e tinha provavelmente outros irmãos
chamados Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13,55). Deve ter sido discípulo de João
Batista e, depois da morte dele, atuou três anos como rabi, sendo
condenado e crucificado, talvez na Páscoa do ano 30. Se de um lado conhecemos
bem os dados relativos ao final de sua vida, sua infância e juventude são
envolvidas no mistério, e as narrativas de que dispomos não passam de relatos míticos.
Não temos fontes diretas sobre o Jesus real, mas só memórias literárias,
sujeitas às limitações próprias destes documentos.
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O Jesus da fé: é o Jesus crido, na resposta de fé do
fiel que encontra o Jesus da história. É o Jesus considerado o Filho de Deus, o
Senhor da história, o Salvador, o Messias, etc. Neste nível, o Jesus real, como
ele era, o contexto em que vivia, o que realmente disse e fez, tem menor
importância. Vale o Jesus imaginado, representado, sonhado, na maioria das
vezes relacionado com os próprios desejos e necessidades. É um Jesus que já se
transformou num verdadeiro símbolo, mas que tem o poder de orientar a vida e se
tornar a referência ética fundamental de grupos e pessoas.
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