Moltmann (1926-) nasceu em Hamburgo e, de 1945-1948,
esteve prisioneiro dos aliados na Bélgica e na Inglaterra. Esses anos de prisão
levaram-no a refletir sobre o sentido da vocação cristã. A partir de 1952, atuou
como pastor da Igreja Luterana. Desde 1967, foi professor de teologia
sistemática na Universidade de Tubinga.
Moltmann é um escritor prolífico, centrado integralmente
em “olhar a teologia sob um ponto de vista particular: a esperança. É
uma contribuição sistemática à teologia, na qual considera o contexto e a correlação
que os diferentes conceitos têm no campo da teologia”.
Suas principais obras são: Teologia da esperança (1964),
que o torna conhecido como um dos grandes teólogos de hoje na linha de Barth e de
Bultmann. Nela confirma a importância que a escatologia tem na doutrina do Novo
Testamento; a escatologia, não como crença em fatos concretos que devem
acontecer nos finais dos tempos, mas como fator que modela toda a teologia cristã.
Tal perspectiva escatológica do cristianismo é interpretada como promessa, como
plataforma para a futura esperança. É base para uma transformação antecipada do
mundo da nova terra prometida. A meta da missão cristã não é simplesmente uma
salvação individual, pessoal, nem sequer espiritual; é a realização da
esperança da justiça, da socialização de toda a humanidade e da paz do mundo.
Esse outro aspecto de reconciliação com Deus pela realização da justiça foi
descuidado pela Igreja. A Igreja deve trabalhar por essa realização, baseada na
esperança futura.
- O Crucificado (1972)
expõe a doutrina de Deus a partir da perspectiva da cruz. O Deus cristão é um
Deus que sofre de amor. Não é um sofrimento imposto de fora – pois Deus é
imutável –, mas um sofrimento de amor, ativo. É um sofrimento aceito, um
sofrimento de amor, livre, ligado ao Deus sofredor de Auschwitz e do extermínio
judeu. A esse livro deve-se acrescentar A Igreja no poder do Espírito (1975).
Neste estuda a atividade reconciliadora de Deus no mundo, vista sob a
perspectiva da Ressurreição, da Cruz e de Pentecostes. “A Igreja – diz Moltmann
– deve estar aberta a Deus, aos homens, e aberta ao futuro tanto de Deus quanto
dos homens. Isso pede da Igreja não uma simples adaptação às rápidas mudanças
sociais, mas uma renovação interior pelo Espírito de Cristo e a força do mundo
futuro.”
Isso faz com que a Igreja tenha de ser Igreja de
Jesus Cristo e Igreja missionária. Deve ser também uma Igreja ecumênica, que
quebre as barreiras entre as Igrejas. E deve ser também política: a dimensão
política – agrade ou não – sempre existiu nela. A Teologia da Libertação ensina
a Igreja a tomar partido pelos pobres e humilhados deste mundo.
Finalmente, em A Trindade e o reino de Deus (1980)
estuda o mistério da Trindade de Deus fazendo “uma história trinitária”.
Examina a paixão de Cristo e vê, no abandono de Cristo na cruz por Deus, o
centro da fé cristã. “Deus é abandonado por Deus.” Apoia a sua doutrina social
na “Doutrina Trinitária do Reino”, baseada nas ideias de Joaquim de Fiore,
elaborando assim uma “Doutrina Trinitária da Liberdade”. A obra de Moltmann
pressupõe uma revitalização e um aprofundamento da teologia cristã.
Estilo
de Normalizar Citação De Acordo com as Normas da ABNT para Trabalhos Acadêmicos.
RUBENS, David. Jürgen Moltmann: O Deus cristão é um Deus que sofre de amor. http://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/09/jurgen-moltmann-o-deus-cristao-e-um.html:
Acesso em: _____________.
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