Em 1912, Wilhelm
Heitmüller examinou a questão das fontes cristãs que influenciaram o pensamento
de Paulo. Antes, Paulo fora tratado como um personagem isolado ou como alguém
que se baseara em informações acerca de Jesus transmitidas por comunidades
palestinas primitivas, mas Heitmüller chamou a atenção para os círculos
cristãos helénicos em que Paulo foi instruído como cristão. Ele propôs que a relativa
omissão em Paulo das palavras e feitos de Jesus não era simples idiossincrasia,
mas algo característico das formas helenizadas do movimento cristão. Isso não
apenas reforçou o ponto de vista daqueles que, na escola da história das religiões,
afirmavam que as influências realmente decisivas no pensamento de Paulo vieram
não do judaísmo, mas da cultura helênica, mas também destacou um aspecto
importante na questão histórica da continuidade entre Jesus e Paulo: se a ala
helenizada do movimento cristão primitivo deu mais ênfase ao Senhor ressurreto
que ao mestre terreno, o problema não pode ser simplesmente atribuído a algo
entre Jesus e Paulo, mas tem de incorporar o estudo dessa terceira e obscura entidade,
o cristianismo helénico.
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