domingo, 19 de julho de 2015

220 - Barão de Holbach: ateísta e determinismo


Paul Heinrich Dietrich, Barão de Holbach (1723-1789)
Holbach era Alemão por nascimento e educação, mas francês por acaso (herdou o dinheiro, titulo e propriedades do seu tio). As propriedades de Holbach eram um ponto de encontro para pensadores radicais franceses (os filósofos) do final do século 18. Era um ateísta, um determinista, e um materialista: o universo é um sistema complexo de substâncias físicas organizadas de acordo com leis mecanicistas de causa e efeito, mais do que desenhado por Deus.
Holbach era um oponente da monarquia absoluta, da religião do estado e dos privilégios feudais. Pode ser descrito como um dos intelectuais mais radicais do seu tempo. Escreveu livros cujas ideias radicais o obrigaram a publicá-los na Holanda sem o seu nome na capa. O seu trabalho mais famoso é o O Sistema da Natureza (1770). Um breve relato do seu materialismo ateu foi publicado em 1772: Bom (ou Comum) Senso, ou Ideias Naturais vs. Ideias Sobrenaturais.



Fortes criticas a religião, interessante leitura.  
TEOLOGIA PORTATIL OU DICIONARIO ABREVIADO DA RELIGIÃO CRISTÃ
No final do século XVIII, a religião ainda representava um risco àquele que quisesse fazer uso da sua liberdade de pensamento. Associada ao absolutismo monárquico, a Igreja Católica dispunha de diversos meios para punir os contestadores de seu poder ou aqueles que, simplesmente, manifestavam ideias libertárias. Por essa razão nasce, já no século anterior, uma filosofia clandestina que, às escondidas, lutava contra essa tirania. Diante de todos os absurdos defendidos pela Igreja para justificar esse abuso de poder, o célebre filósofo Barão de Holbach, que fez do ateísmo uma arma contra as hipocrisias e os desmandos do mundo mágico-religioso, preferiu, pela via do riso, expor ao ridículo os "cães de guarda" do Deus supremo. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma obra divertida e corajosa, ao estilo do Dicionário filosófico de Voltaire, embora ainda mais mordaz e iconoclasta.
P. 229
Martins Fontes



Excelente livro, li e recomendo a leitura. 
SISTEMA DA NATUREZA - OU DAS LEIS DO MUNDO FISICO E DO MUNDO MORAL
Para o Barão de Holbach, um dos materialistas mais radicais da história da filosofia, nada existe além da natureza, da qual fazemos parte inexoravelmente. Esta natureza, constituída por leis eternas, está em perpétuo movimento e desconhece o acaso: ou seja, tudo nela se dá de modo necessário e inescapável. Desta concepção fatalista e determinista, surge, no entanto, uma filosofia da virtude e da felicidade (tanto individual quanto coletiva) que nos ensina que apenas o verdadeiro conhecimento da natureza pode libertar o homem da ignorância, dos fanatismos e das superstições. "Como se tornar aquilo que se é": eis a meta de Holbach.
P. 872
Martins Fontes



A MORAL UNIVERSAL, OU OS DEVERES DO HOMEM FUNDAMENTADOS NA SUA NATUREZA
Se viver feliz e viver segundo a natureza é uma e a mesma coisa, como afirma Sêneca, então é possível dizer que a verdadeira moral é aquela que deve servir à vida, é aquela que está a serviço da existência.
O que vemos nessa obra é uma busca minuciosa pela compreensão dos fundamentos de uma moral que deve se assentar na natureza, que, antes de ser uma ideia abstrata, é aquela que nos constituiu concretamente, materialmente. Essa natureza da qual somos parte, e que está por todo lado, e também dentro de nós, e que, para Holbach, só se encontra vedada aos que insistem em permanecer de olhos fechados para o mundo.
P. 986
Martins Fontes



Nenhum comentário:

Postar um comentário


Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.