Albert Schweitzer defendia
a influência da apocalíptica judaica em Paulo. Sua interpretação de que a
teologia de Paulo fora moldada pelo “misticismo” escatológico não foi publicada
senão muitos anos depois O misticismo de Paulo, o apóstolo (1930), mas na sua
obra anterior já está claro que ele considerava o pensamento de Paulo
plenamente explicável com base nos paralelos em fontes apocalípticas judaicas.
A importância disso é
que em sua famosa obra A busca do Jesus histórico (1906), Schweitzer havia demolido
todas as tentativas liberais de escrever uma biografia de Jesus, apresentando
Jesus não como o porta-voz da piedade e da moralidade liberais, mas como um
profeta apocalíptico que trabalhou orientado por um rígido calendário apocalíptico.
Desse modo, Schweitzer propôs uma solução bem diferente para a questão de Jesus
e Paulo. Em vez de um abismo entre o Jesus Liberal e o Paulo helenizado ou
apocalíptico, Schweitzer propôs uma transição relativamente fácil do Jesus apocalíptico
para o Paulo apocalíptico, separados apenas pelo fato de que, enquanto Jesus
aguardava os acontecimentos escatológicos, Paulo agora entendia que eles haviam
começado, pelo menos, na ressurreição do Messias.
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