quinta-feira, 23 de julho de 2015

233 - Fuchs, Bornkamm e Käsemann: Renascimento das pesquisas sobre Jesus




Os anos da década de 1950 testemunharam um interesse renovado pelo Jesus histórico, até mesmo entre os alunos de Bultmann, notavelmente E. Fuchs, G. Bornkamm e E. Käsemann. Embora tenha permanecido fiel ao princípio querigmático de que o evangelho jamais poderá depender dos resultados incertos da pesquisa histórica, Käsemann fez uma incisiva defesa exegética e teológica do que veio a ser conhecido como a nova busca do Jesus histórico. Ele advertiu contra os perigos do “docetísmo”, caso o Cristo pregado nos Evangelhos não esteja firmemente ligado ao Jesus histórico, e alegou que a redução que Bultmann fez dessa ligação à mera existência histórica de Jesus era demasiadamente insatisfatória. Se os estudiosos cristãos não investigassem o caráter do ministério de Jesus, outros sem dúvida o fariam. Mais importante ainda, os Evangelhos Sinóticos mostram que uma importante corrente do cristianismo primitivo tentou vincular, sim, a pregação do evangelho a uma história da vida de Jesus, e o querigma de Paulo, embora demonstre muito menos interesse em tais coisas, concentrase no Jesus terreno quando enfatiza sua crucificação. Só dessa maneira Paulo pôde combater a fascinação que seus convertidos tinham pelo Espírito, pois em Corinto ele logo descobriu que apelar exclusivamente ao Espírito os deixava vulneráveis a todo tipo de interpretação equivocada.

Assim, a pesquisa do Jesus histórico, embora nâo forneça uma base histórica para a fé, é importante como critério para estabelecer a distinção entre o evangelho verdadeiro e suas falsificações. A interpretação de Käsemann, segundo a qual o Jesus histórico rompeu decisivamente com a Lei e removeu a distinção entre as esferas sagrada e secular, deu apoio à sua ênfase no significado radical, tanto político quanto social, do evangelho.

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.