Apresentação
Nesse despertar de novos tempos da arqueologia tem um papel
preponderante o arqueólogo Israel Finkelstein. Professor do Departamento de
Arqueologia e Civilizações do Antigo Oriente Próximo da Universidade de Tel
Aviv e diretor da expedição Meguido, Israel Finkelstein é um dos arqueólogos
mais proeminentes da atualidade. Inicialmente se dedicou às escavações e
estudos dos sítios arqueológicos do Planalto Central de Israel, como Gibeon,
Silo, Siquém e Tersa. Um dos frutos desse estudo, além de diversos artigos, é o
seu livro The Archaeology of the Israelite Settlement, publicado em 1988. A
esse, seguiram-se dezenas de artigos e outros livros, entre eles o State
Formation in Israel and Judah, publicado em 1999, onde Finkelstein avança na
pesquisa dos sítios arqueológicos de Meguido, Samaria e Jezreel, para provar
sua teoria de que, anteriormente a Judá, houve um maior desenvolvimento em
Israel Norte, onde o clima é mais propício à agricultura e a planície é mais
fértil que as montanhas e o deserto de Judá. Fatores esses que foram
determinantes para o povoamento primeiro e maior no Norte.
José Ademar Kaefer
O reino esquecido: Arqueologia e história de
Israel Norte
Israel Finkelstein
Embora Israel tenha sido dominante na maior parte do tempo em que os
reinos de Israel e Judá coexistiram, ele permaneceu nas sombras de Judá, na
Bíblia Hebraica e, por consequência, na atenção dos estudiosos modernos. Este
livro apresenta a primeira história abrangente do Reino do Norte e a descrição
da arqueologia do Norte de Israel desde a Idade do Bronze Tardio (em torno de
1350 a.C.) até a queda do reino em 720 a.C., e além. Ele conta a história do
Reino do Norte, principalmente nas suas fases formativas. A narrativa é baseada
na arqueologia e faz uso da pesquisa de campo mais atualizada, com a adição do
que é conhecido dos textos do Antigo Oriente Próximo e bíblicos. Os trinta anos
de trabalho de campo de Finkelstein em sítios relacionados ao Reino do Norte
abriram caminho para uma nova compreensão da história e da arqueologia do
antigo Israel.
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Pg. 232
2015
Introdução
Por que um livro sobre o Reino do Norte? Na primeira metade do século
VIII a.C., Israel governou sobre a maior parte do território dos dois reinos
hebreus (fig. 1) e sua população representava três quartos dos povos de Israel
e Judá combinados (Broshi e Finkelstein, 1992). Israel foi mais forte do que
Judá tanto militar quanto economicamente e, na primeira metade do século IX e
primeira metade do século VIII – quase metade do tempo em que os dois reinos
coexistiram – Israel dominou o Reino do Sul. Ainda assim, Israel ocultou-se sob
as sombras de Judá, tanto na histórica contada na Bíblia Hebraica, quanto na
atenção prestada pela academia moderna.
Perspectiva pessoal
Meu envolvimento no estudo do Reino do Norte deriva de diversos estágios
de minha carreira como arqueólogo de campo. A intensa pesquisa que conduzi na
região montanhosa do norte de Jerusalém nos anos 1980 trouxe à minha atenção a
natureza especial das terras altas de uma perspectiva social e econômica (para
um pano de fundo, veja Alt, 1925b; Marfoe, 1979). Isso também chamou minha
atenção à intensidade da atividade de assentamentos nas áreas norte de
Jerusalém na Idade do Ferro relativas ao território sul e à natureza cíclica e
de longa-duração dos processos de assentamento nas terras altas (Finkelstein,
1995). Não é necessário dizer que o entendimento da história de assentamentos
das terras altas nos termos da história cíclica permanece contrastando com um
conceito principal de autores bíblicos (seguidos por muitos estudiosos
modernos), nomeadamente, que o Antigo Israel foi um fenômeno único e que a
história israelita foi naturalmente linear, da conquista à sedentarização, a um
período de líderes carismáticos (juízes), à monarquia e à ascensão de reinos
territoriais. Perceber isso também chamou minha atenção aos historiadores
franceses dos Annales (p. ex., Bloch, 1952; Braudel, 1958), de acordo com quem
processos de longa duração e desenvolvimentos interioranos não são menos
influenciadores que acontecimentos importantes como campanhas militares ou
assuntos nos corredores de poder no palácio e templo. Em suma, as pesquisas nas
terras altas iluminaram processos históricos importantes, assim como a escassez
de assentamentos na Idade do Bronze Posterior, a natureza da onda de
assentamentos do Ferro I, a estabilidade da atividade de assentamentos na maior
parte das áreas durante a Idade do Ferro opostamente a processos de abandono em
uma área (no platô de Gabaon) no início do Ferro IIA e o declínio de
assentamentos no sul da Samaria, depois da queda do Reino do Norte em 720 a.C.
Datas usadas no livro
Bronze Tardio III: século XII até cerca de 1130 a.C.
Ferro Antigo I: final do século XII e primeira metade do século XI a.C.
Ferro Tardio I: segunda metade do século XI e primeira metade do século
X a.C.
Ferro Antigo II: últimas décadas do século X e início do século IX a.C.
Ferro Tardio IIA: restante do século IX e início do século VIII a.C.
Ferro IIB: restante do século VIII e início do século VII a.C.
Livro em Inglês
Archaeology and History
of Northern Israel
Outro Livro de Israel Finkelstein publicado no Brasil.
A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO
Em A Bíblia não tinha
razão Israel Finkelstein e Neil Ascher Silberman recolocam o debate na
perspectiva correta, construindo o que os outros cientistas já definiram como a
mais profunda e elaborada síntese entre as Sagradas Escrituras e a arqueologia
realizada no último meio século. Para chegar a esse resultado, os autores avaliam
objetivamente as escavações e, de forma isenta, os documentos históricos das
descobertas mais recentes, comparando-os apuradamente ao texto da Bíblia.
Editora: GIRAFA
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Pg. 496
Seite oficial de Israel Finkelstein
David Rubens
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