terça-feira, 18 de agosto de 2015

237 - Crítica das Formas: Martin Dibelius (1883-1947), professor da Universidade de Heidelberg


O ano de 1919 assistiu à publicação da obra A Formação dos Evangelhos, de Dibelius. O ponto de partida de Dibelius foi que a atividade missionária e as necessidades da igreja primitiva ajudaram a moldar as tradições primitivas. Em sua exposição da tradição, ele propôs dois princípios que foram aceitos como axiomáticos pela crítica das formas posterior:
1) que os evangelhos sinóticos não eram obras literárias no sentido estrito da palavra, mas literatura menor, literatura destinada ao consumo popular;
2) que os evangelistas sinóticos não eram verdadeiros autores, mas compiladores de material preexistente. (O primeiro princípio foi matizado pela crítica literária mais sutil; o segundo foi contestado pela crítica da redação).
O último personagem no grande triunvirato da crítica das formas inicial foi Rudolf Bultmann. Os críticos da forma postulam um período de transmissão oral antes dos evangelhos escritos, durante o qual as histórias e ditos da tradição circularam como unidade separadas. Estas unidades separadas podem ser descobertas nos evangelhos e podem ser classificadas segundo sua forma literária. O fator determinante em sua preservação se encontra nas necessidades e interesses da comunidade cristã. Estas tradições têm pouco valor histórico. Os críticos da forma pressupunham, além disso, que os protocristãos não estavam interessados na história. Assim, os evangelhos não são biografias, que nos dessem um retrato histórico consistente da vida de Jesus, mas reflexos da fé e da vida da protoigreja. De fato, a comunidade cristã tinha tão pouco interesse na história que não fazia grande distinção entre a história do Jesus terreno e sua história pós-ressurreição e presença com a igreja, a quem ele ainda falava por seu Espírito. Sem as restrições da história e com sua segurança da presença de Jesus, a protoigreja podia adaptar livremente a tradição e até mesmo fazer acréscimos criativos a ela, se as necessidades eclesiais de pregação, apologética e culto, etc., assim o exigissem.

Acompanhe a continuação do estudo na próxima postagem...

David Rubens


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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.