Os pós-bultmannianos. A
mais conhecida reação à ortodoxia bultmanniana certamente foi a que surgiu
entre seus próprios discípulos. Apesar do individualismo destes ex-alunos de
Bultmann, esta reação foi suficientemente bem definida para introduzir uma nova
fase pós-bultmanniana na exegese. Duas áreas nas quais os pós-bultmannianos se
basearam no trabalho de Bultmann, apenas para reexaminar de modo crítico
algumas de suas teses fundamentais, foram toda a questão do Jesus histórico e a
importância e relevância da filosofia posterior de Heidegger para a exegese e a
teologia.
Para Bultmann, a
natureza querigmática do evangelho impedia qualquer tentativa de alcançar o
Jesus histórico por meio da confissão de fé da igreja primitiva em Cristo, o
Senhor ressurreto. Segundo Bultmann, a protoigreja não tinha interesse
biográfico no Jesus de Nazaré histórico, mas concentrou seu olhar
exclusivamente no Cristo da fé proclamado no querigma. O Jesus histórico era,
portanto, irrelevante para a fé cristã. Mas, não obstante todo o seu ceticismo
teórico com relação a uma busca histórica que chegasse até atrás do querigma,
em História da Tradição Sinótica (1926), Bultmann fez um grande esforço para
averiguar as palavras e os atos de Jesus. E esta direção na obra do próprio
Bultmann que os pós-bultmannianos alegam ser promovida em sua nova busca do
Jesus histórico.
Prof. David Rubens
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