Trinta anos depois da
obra Jesus de Bultmann, Bornkamm publicou Jesus de Nazaré (em alemão: 1956), o
primeiro estudo pós-bultmaniano sobre o Jesus histórico. Como Käsemann e Fuchs,
Bornkamm considerava a incomparável autoridade de Jesus como historicamente
válida e relevante para a fé cristã. Käsemann encontrou esta autoridade
manifestada no ensino de Jesus; Fuchs, em sua conduta. Bornkamm afirmou que a
impressão mais forte que os evangelhos dão é a autoridade imediata e sem
paralelo de Jesus, uma autoridade que é absoluta e está presente tanto nas
palavras quanto nos atos de Jesus. Esta autoridade tem sua fonte no Jesus
histórico e não é um produto da fé. Embora a fé a tenha reconhecido e a
proclamado, não a criou.
Além dessa experiência
de autoridade, podemos estabelecer os seguintes fatos acerca do Jesus
histórico. Jesus era judeu, filho do carpinteiro José, de Nazaré na Galileia.
Ele pregou em cidades ao longo do Lago da Galileia, curou e fez boas obras, e
lutou contra a oposição dos fariseus. Por fim, foi crucificado em Jerusalém.
Mais importante, porém, do que estes simples fatos históricos que dizem
respeito ao ministério de Jesus era sua importância existencial o fato de que,
no ministério, a hora crucial, escatológica estava presente, chamando- nos a
uma decisão. Um encontro histórico com Jesus era, portanto, um encontro escatológico
com Deus.
David Rubens
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