quinta-feira, 20 de agosto de 2015

247 - Os pós-bultmannianos: Ernst Käsemann (1906-1988), professor em Tübingen


A Nova Busca ao Jesus Histórico foi formalmente lançada em 1953 por Käsemann num artigo intitulado O problema do Jesus histórico. Käsemann salientou três aspectos importantes neste artigo:
- Se não há conexão entre o Senhor glorificado da fé cristã e o Jesus terreno, histórico, então o cristianismo se torna um mito não histórico. Käsemann atinge aqui o perigo inerente à demitologização bultmanniana do querigma - o perigo de um querigma docético, não histórico.
- Se a protoigreja estava tão desinteressada na história de Jesus, por que os quatro evangelhos foram escritos, afinal? Os evangelistas certamente criam que o Cristo que eles pregavam não outro senão o Jesus terreno, histórico.
- Embora os evangelhos sejam produto da fé pascal e seja, portanto, difícil chegar até o Jesus histórico, a fé cristã exige a confiança na identidade do Jesus terreno e do Senhor exaltado do querigma.
Além desta defesa teórica da necessidade da nova busca, Käsemann indicou princípios metodológicos pelos quais a nova busca poderá ser realizada:
- Para estabelecer qualquer dito ou ato de Jesus como autêntico, precisamos eliminar todo material dos evangelhos que possua um tom querigmático. Tais ditos não são necessariamente inautênticos, mas visto que se assemelham à proclamação da igreja, eles não podem ser provados como ditos autênticos de Jesus. Sua situação na vida poderia ser uma situação ou fé pós-pascal.
- Deve-se excluir qualquer coisa que tenha paralelo no judaísmo contemporâneo, por exemplo, na tradição rabínica ou na apocalíptica judaica contemporânea, por não ser demonstravelmente autêntica.

- Um dito autêntico de Jesus deveria refletir traços aramaicos. Käsemann modificou um pouco sua posição mais tarde, substituindo o gnosticismo de Bultmann pela apocalíptica judaica como pano de fundo da teologia cristã primitiva. Após a aplicação rigorosa destes critérios, Käsemann encontrou no ensinamento de Jesus elementos que provêm inquestionavelmente do próprio Jesus.

Prof. David Rubens 

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Tradução: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. parte do artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.